A cidade de Guimarães quer reduzir o número de copos de plástico deixados no chão do centro histórico e por isso vai implementar, já a partir deste mês, um sistema de distribuição e recolha de copos reutilizáveis.
Apesar de a Comissão Europeia ter definido 2030 como o prazo para eliminar a circulação de produtos de plástico descartáveis, Guimarães quer dar já os primeiros passos nesse sentido. É nesse contexto que surge o CARE, para "tentar implementar, de forma contínua e em espaços abertos, os copos reutilizáveis no centro histórico de Guimarães", explica à Renascença o mentor do projeto, João Pedro Castro.
À semelhança do que já acontece em alguns festivais, os vimaranenses passarão a pagar uma caução de um euro para adquirirem o copo reutilizável. No fim da sua utilização, têm duas hipóteses: ou levam o copo para casa ou entregam-no em qualquer estabelecimento aderente, sendo-lhe restituído o valor da caução, independentemente de esse valor ter sido pago noutro estabelecimento.
A empresa de gestão de resíduos da cidade vai procurar assim evitar que os vimaranenses se confrontem com um cenário de poluição nas manhãs de sábado, no rescaldo das noitadas de sexta-feira.
"O centro histórico de Guimarães tem uma grande vida noturna, com muitas pessoas, o que faz com que haja algum impacto no quotidiano, principalmente a um sábado de manhã, ou seja, depois de uma sexta à noite, quando esta zona fica bastante poluída”, frisa o responsável.
Não é certo que toda a gente adira, mas João Pedro Castro acredita que o orgulho vimaranense vai levar os cidadãos a comprarem os copos reutilizáveis. Se o orgulho não falar mais alto, a empresa por trás do projeto dá uma ajuda: a VITRUS vai oferecer aos estabelecimentos a primeira remessa de copos de plástico reutilizáveis.
"É um projeto inovador em Portugal, mas também em muitos países da União Europeia. Não é inovador pela reutilização dos copos, porque, felizmente, os copos já são reutilizados em algumas situações pontuais, como festivais. Mas é inovador no sentido em que é contínua e em espaços abertos", destaca João Pedro Castro.
Já em julho, os vimaranenses vão ver o copo meio cheio no que toca aos desígnios da Comissão Europeia para a proteção ambiental. A ideia pode ser de difícil implementação mas, para João Pedro Castro, só custa começar.
"Nós sabemos que a mudança de hábitos nem sempre é fácil, mas é um caminho que nós vamos percorrer, certamente um caminho desafiante. Estamos preparados para isso.”