Várias centenas de pessoas concentradas em Lisboa para protesto pelo direito à habitação
27-01-2024 - 15:45
 • Lusa com Sandra Afonso

O protesto, organizado pelo coletivo de mais de 100 associações, repete-se, este sábado, em, pelo menos, 19 cidades

Várias centenas de pessoas estão já concentradas, em Lisboa, para o protesto pelo direito à habitação, que quer pôr o tema no centro do debate para as eleições de 10 de março.

Pelas 15h20, 20 minutos após a hora marcada para o inicio do protesto convocado pela plataforma Casa Para Viver, a crescente mancha de pessoas ocupava o princípio da Avenida Almirante Reis, junto à Alameda Dom Afonso Henrique, onde se destacam faixas, cartazes e bandeiras das várias associações.

Numa espécie de ensaio geral antes de iniciarem a marcha que vai passar por várias ruas da capital, começa a ouvir-se o som dos tambores que vão marcar o ritmo da banda sonora, mas as palavras de ordem são guardadas para quando arrancarem.

Dali, a manifestação, em que são esperadas milhares de pessoas, segue em direção ao Arco da Rua Augusta, onde, além de intervenções dos organizadores, haverá também concertos de artistas como Catarina Branco, Jhon Douglas, Luca Argel e Luís Severo.

Os manifestantes exigem nesta manifestação o prolongamento dos contratos, a regulação das rendas com a descida dos preços, a revogação dos despejos e a redução das taxas de juro.

O representante do movimento Porta-a-Porta, André Escoval, diz que as razões da manifestação "são as mesmas, mas agravadas". "Começámos 2024 pior do que 2023 terminou", disse à Renascença.

Escoval diz que o aumento das rendas em 7% e a subida das taxas de juro são as responsáveis pela deterioração das condições de acesso à profissão.

O protesto, organizado pelo coletivo de mais de 100 associações, repete-se, este sábado, em, pelo menos, 19 cidades: Albufeira, Aveiro, Beja, Benavente, Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Faro, Funchal, Lagos, Leiria, Lisboa, Portalegre, Portimão, Porto, Setúbal, Sines e Viseu.

Num contexto de campanha eleitoral, os manifestantes queixam-se de não estarem a ser ouvidos pelos partidos políticos. "Não temos tido contato com os partidos, temos sido ignorados e é por isso que estamos pela terceira vez na rua", explica.

É o terceiro pelo direito à habitação organizado pela Casa Para Viver, que quer marcar a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 10 de março.