A entrar no penúltimo dia de visita, o Papa visita este domingo o campo de refugiados na ilha grega de Lesbos. Serão cerca de duas horas, uma visita rápida, mas que é muito valorizada por quem está no terreno.
Trata-se também de um regresso. Francisco fez visita semelhante em 2016. Agora volta e a importância do regresso é enaltecido por Anastasia Spiliopoulou, da Cáritas Grécia.
“Penso que o Papa vir segunda vez é um gesto simbólico, num processo de tentar voltar a colocar na perspetiva certa o assunto dos refugiados”, diz em entrevista à Renascença.
O campo que Francisco visitou em 2016, o campo de Moria, ardeu há um ano. O novo que foi construído, apesar de provisório, continua em funcionamento. Tem, ainda assim, melhores condições. Vivem neste campo menos de 2.500 pessoas quando no anterior chegaram a estar quase 20 mil.
Apesar das melhorias, Augusto César, que está há quatro meses a trabalhar no campo, ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras, diz que as condições de vida estão longe de ser as desejáveis e por isso todos os esforços são poucos.
“A visita do Papa é um momento muito importante no sentido de trazer a atenção da comunidade internacional, dos meios de comunicação social, para o campo em si, para as condições de vida dessas pessoas e para o que elas estão a ser submetidas”, explica.
Augusto refere-se, por exemplo, às fortes restrições de circulação a que os refugiados são submetidos, dado que só podem sair do campo poucas horas por semana.
Os problemas dos migrantes e refugiados têm sido um dos principais temas desta 35ª viagem apostólica de Francisco a Chipre e Grécia. O Papa tem abordado o tema várias vezes durante estes dias, considerando o Mediterrâneo como um grande cemitério e até já comparou os campos de refugiados aos campos de concentração do século XX.