A Rússia admite apreender os ativos de empresas ocidentais que suspenderam as operações no país.
O Presidente russo, Vladimir Putin, durante uma reunião governamental, citado pelas agências russas, sublinhou a necessidade de ação “face àqueles que vão fechar as suas fábricas de produção”.
“Temos de agir decisivamente. (...) Teremos que introduzir a gestão externa e depois transferir estas empresas para aqueles que querem trabalhar. Há instrumentos legais suficientes, instrumentos de mercado”, disse Putin.
O Presidente russo explicou que a Rússia não se vai “fechar a ninguém”, garantindo que está aberta a trabalhar com todos os parceiros estrangeiros que assim o desejem.
“Os direitos dos investidores e colegas estrangeiros que permanecem e trabalham na Rússia devem ser protegidos de forma fiável”, defendeu.
Centenas de empresas estrangeiras de bens e serviços, em muitos setores, anunciaram a saída ou cessação das operações na Rússia desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
As sanções impostas à Rússia atingiram a maior parte do setor financeiro do país, incluindo o seu banco central, destruíram a moeda russa e provavelmente desencadearão um enorme aumento da dívida soberana e uma profunda recessão.
“Se continuar assim, terá graves consequências (...) para o setor alimentar como um todo. O aumento da inflação será inevitável”, afirmou Putin.
“Sobre os países que estão a tomar medidas hostis em relação ao nosso país e à nossa economia, sabemos muito bem que estão a pedir aos vossos cidadãos para apertarem os cintos, para se vestirem mais quentes. E falam das sanções que nos estão a impor como a razão da deterioração da vossa situação", acusou, reforçando que a Rússia está “a cumprir todas as obrigações no domínio do fornecimento de energia”.
Putin manifestou ainda confiança de que a Rússia conseguirá ultrapassar as dificuldades criadas pelas sanções ocidentais com a ajuda de países que não as apoiam.
Mas o Fundo Monetário Internacional já admitiu a possibilidade de a Rússia entrar em bancarrota devido às sanções económicas impostas pela invasão da Ucrânia e alertou que a economia russa está a contrair e a entrar em recessão. "A falência da Rússia não é mais um acontecimento improvável", disse a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, num encontro online com jornalistas sobre as implicações financeiras da guerra na Ucrânia.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, um ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.