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Mariana Mortágua acusa a extrema-direita de querer fechar a portas aos imigrantes para lhes cortar nos direitos.
Em Évora, num comício realizado esta segunda-feira, com cerca de uma centena de militantes, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) criticou, também, o atual modelo de desenvolvimento assente na produção agrícola intensiva que vive à custa do abuso de trabalhadores, a maioria imigrante.
“Querem fechar-lhes a porta da imigração legal para que entrem pela janela da imigração clandestina, porque aí não têm direitos, não podem reivindicar salários, não têm como fazer a sua vida”, acusou a deputada, referindo-se ao Chega que propõe no seu programa eleitoral o controlo por quotas da imigração no país.
“Quando nos dizem que querem fechar fronteiras, estão, de facto, a dizer que querem que entrem sempre mais imigrantes, mas sempre com menos direitos”, acrescentou.
Para a coordenadora do BE, é “o lucro e o dinheiro”, que “é sempre o que fala mais alto”, que justifica o discurso da extrema-direita que culpa os imigrantes pela situação do país. “´É um argumento que não passa no teste”, garantiu.
“Como pode? Quem é abusado ser culpado de alguma coisa? Quem não tem casa e vive em contentores e barracas ser culpado da crise da habitação?”, questionou.
Numa região predominantemente rural, Mariana Mortágua falou, ainda, aos agricultores, as vítimas da “destruição irresponsável” causada pela agricultura intensiva que, disse, estar a “abusar da terra e de quem a trabalha”.
“Disseram-nos que isto era desenvolvimento para o Alentejo e nós sempre lhe chamámos o que é: uma brutal irresponsabilidade”. “Não é desenvolvimento. É atraso”, concluiu Mariana Mortágua, dando o exemplo do preço do azeite.
“Nunca vi, como agora, tanto azeite produzido no Alentejo e tanta gente que não consegue aceder ao azeite porque o preço não pára de subir. Para onde é que vai o azeite produzido no Alentejo? E para quem?”, questionou.
As eleições legislativas estão marcadas para 10 de março.