Para exaltar as raízes e influências islâmicas de Mértola, está de volta à vila alentejana do distrito de Beja, o Festival Islâmico, em 11.ª edição, a partir desta quinta-feira, para se prolongar até domingo.
Com caracter bienal, o evento que não se realiza desde 2019 por causa da pandemia, promovido pela autarquia local, regressa para celebrar “a interculturalidade intrínseca da relação histórica de Mértola com o mundo islâmico”.
Esta ano, o Festival Islâmico de Mértola tem novamente como principal atração, o souk (mercado de rua) tipicamente árabe, que apresenta uma distribuição diferente, ocupando a rua de acesso ao Largo da Igreja Matriz de Mértola, no centro histórico, sendo alargado também para a envolvência do Largo Vasco da Gama e ruas que lhe dão acesso.
Apesar desta nova configuração, “Da Alcáçova ao Arrabalde”, o Festival Islâmico de Mértola apresenta em 2022, um “souk” com ruas cobertas de panos e caniços, cheias de artesãos, comerciantes de várias paragens, animação de rua, oficinas, aromas e sonoridades de vários pontos do Mediterrâneo.
Ao Cais do Guadiana regressam os concertos, com destaque para o desta noite de quinta-feira, às 22h30, da responsabilidade do grupo “Ao Sul – Música do Alentejo”, que junta Celina da Piedade, Ana Santos, o Eduardo Paniagua Ensemble e o Grupo Coral da Mina de São Domingos. Mais tarde, pelas 24h00, os portugueses Nomadatuam atuam no anfiteatro do castelo.
Na sexta-feira, dia 20, será a vez de atuar o coletivo Tamikrest, do Mali, Niger, Argélia e França, e os portugueses do Trio Alcatifa.
Para sábado, dia 21, estão previstos, entre outros, os concertos dos portugueses Vahdat Ensemble, no anfiteatro do castelo), do grupo Al Qasar, de França, Marrocos, Argélia, Egito e EUA, no cais do Guadiana, e dos turcos Hey Douglas, também no anfiteatro do castelo.
Por fim, no domingo, dia 22, está previsto um espetáculo de encerramento a partir das 18h00, que vai juntar no Largo Vasco da Gama, os grupos corais “Guadiana de Mértola” e “Os Caldeireiros de São João”, as Adufadeiras de Idanha-a-Nova, os Almoradux, o Rancho de Cantadores de Vila Nova de São Bento, “Os Alentejanos” e o Centro Cultural Dar Ziryab.
O programa do festival é mais abrangente, com exposições de pintura, de fotografia, de instrumentos de corda do Médio Oriente e de cerâmica islâmica, assim como oficinas de cante, de instrumentos de percussão, de cestaria ou de cerâmica, entre muitas outras.
Entre as exposições, destaque para um dos grandes nomes de referência da pintura contemporânea de Marrocos, Moulay Youssef Elkahfaï, que se apresenta, pela primeira vez, em Mértola para a mostra de pintura “O Regresso”.
“Um mundo de experiências e aprendizagens que não pode perder”, refere a Câmara Municipal de Mértola, em jeito de convite.