O Sporting Clube de Portugal deu quarenta e cinco minutos de avanço no jogo de ontem à noite em Barcelos, e aí o Gil Vicente até aproveitou para se adiantar no marcador. Com toda a justiça, diga-se desde já.
Sem intensidade e sem chama, a equipa leonina chegou a dar a sensação de que alguns dos seus jogadores imaginavam que mais tarde ou mais cedo a vitória haveria de chegar, ainda que a chuva intensa que tombou sobre a cidade do galo tenha dado um forte contributo para essa displicência que quase se tornou fatal.
Certamente porque o discurso de Rúben Amorim ao intervalo foi mais do que uma lenga-lenga, o segundo tempo dos leões tornou-se completamente diferente.
A tal intensidade também entrou em campo, os lisboetas tornara-se donos do jogo, e as substituições promovidas pelo treinador ajudaram a fazer o resto. Mas apesar disso foi necessário um super-Coates para desfazer o nó, já que do meio campo para a frente ninguém mostrou capacidade para chegar com êxito ao castelo barcelense.
Com o relógio quase a tombar para o último silvo, o capitão leonino, de cabeça, por duas vezes, fez regressar a tranquilidade a uma equipa já muito desgastada.
Os leões venceram, e ainda que o triunfo lhes assente bem, ontem à noite ficou um sério aviso a todos que o campeonato não vai ser um passeio, mesmo que perante ao considerável avanço sobre Porto, Braga e Benfica possa induzir na tentação de pensar que o mais difícil está feito.
O futebol é um desporto de inverno, e com chuva tudo se torna mais complicado, sobretudo para os jogadores possuidores de maior capacidade técnica, o que reforça a ideia de que para se chegar à vitória é também necessária capacidade e intensidade, o que o ontem faltou aos escolhidos pelo técnico leonino durante a primeira parte do jogo.
Por isso, ficou o aviso de que os jogos só terminam quando o árbitro apita pela última vez.