D. José Ornelas alerta para o avanço preocupante da eutanásia. “É tempo de superar o individualismo”
24-12-2022 - 20:00
 • Ana Catarina André

Na mensagem de Natal deste ano, o presidente da Conferência Episcopal considera que “quando aprendemos a cuidar das pessoas e do planeta, estamos a acender verdadeiras luzes que humanizam pessoas”. O bispo pede ainda que não se esqueça o “drama da guerra na Ucrânia”

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, alerta para a realidade preocupante do avanço da eutanásia e do suicídio assistido em Portugal, na mesma altura em que, com a pandemia, “assistimos a um esforço mundial para salvar vidas”.

Na mensagem de Natal deste ano, o bispo afirma que “é tempo de superar o individualismo”, sublinhando, entre vários aspetos, que é o momento “de se se tornar próximo das famílias que mais sofrem por dificuldades económicas”, “de olhar fraternamente para os migrantes e refugiados” e de “se tornar solidariamente próximo dos pobres que estão cada mais afogados na sua pobreza, enquanto a riqueza é distribuída cada vez mais só por alguns”.

D. José Ornelas sublinha ainda o propósito de proteger “o direito das crianças a crescerem em segurança, livres de qualquer abuso ou manipulação”. E declara também que é tempo de “criar condições para que os nossos jovens possam desenvolver-se e dar um contributo responsável e capaz na construção da sociedade”.


Não podemos esquecer a guerra

Nesta quadra natalícia, o presidente da Conferência Episcopal considera que “não nos podemos permitir esquecer a guerra”, em particular a da Ucrânia, em que “a desumanidade ceifa vidas e impõe sofrimento a milhares de residentes e refugiados”.

“É uma violência atroz à qual não podemos ficar indiferentes”, considera o bispo de Leiria-Fátima, dizendo também que não nos podemos “habituar a uma realidade que todos os dias bate à nossa porta através das imagens cruéis que nos chegam”.

Segundo D. José Ornelas, “quando aprendemos a cuidar das pessoas e do nosso planeta, estamos a acender verdadeiras luzes que humanizam pessoas e iluminam o mundo”.

“Essa luz brota de atitudes concretas, de sair de si e de ir ao encontro do outro, especialmente das pessoas que se encontram mais sós e desamparadas”, acrescenta na mensagem deste ano, na qual evoca ainda a Jornada Mundial da Juventude que se realiza em Lisboa, no próximo ano, e o Sínodo dos Bispos.