O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, será o cabeça de lista por Leiria, confirmou a Renascença, após a notícia ter sido dada como certa pelo jornal Público. Brilhante Dias terá como número dois a secretária de Estado para a Inclusão, Ana Sofia Antunes.
A lista do PS por Leiria só ficou fechada na madrugada desta terça-feira e não inclui o "número um" de 2022, António Lacerda Sales, que optou por não ser candidato às eleições legislativas de março.
O ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde é médico ortopedista e deverá afastar-se da cena política para retomar a prática da medicina, segundo fonte socialista.
Braga mantém clima de "caos"
Entretanto, José Luís Carneiro ainda não está garantido como cabeça de lista por Braga, apesar de a vontade do próprio ser essa.
Tal como a Renascença contou na noite desta segunda-feira, o ambiente na distrital é descrito como tenso. Um socialista local refere que o mal-estar está instalado e já "há pressões" dentro da federação para o ministro da Administração Interna "não encabeçar a lista".
Neste momento, segundo conta fonte socialista da distrital, os próprios apoiantes de Carneiro em Braga estarão a pressionar o ministro a garantir-lhes um lugar na lista. por exemplo, para Luís Soares e Palmira Maciel.
"Em Lisboa não ficou melhor" desabafa à Renascença um apoiante de Carneiro. A ministra Mariana Vieira da Silva vai ser a cabeça de lista pela capital, mas os carneiristas notam que "de fora, ficaram quadros importantes" como o secretário de Estado da Presidência André Moz Caldas, Pedro Cegonho, Susana Amador ou Romualda Fernandes.
Um mal-estar geral de que o jornal Observador já tinha dado conta e que, se "não for resolvido, terá efeitos muito negativos" assume um apoiante de José Luís Carneiro à Renascença.
Está assim criado um clima de tensão no partido, horas antes de acontecer a reunião da comissão política nacional do PS que esta terça-feira irá fechar as listas de candidatos a deputados.
Entre os pedronunistas, esta irritação dos carneiristas é vista como "ridícula". À Renascença um membro da direção de Pedro Nuno Santos nota que "Carneiro não percebeu que não é secretário-geral do PS" e lamenta que o ministro esteja "preocupado com lugares", salientando que as listas "não esticam".
"Daqui a nada faz ele as listas", reforça a mesma fonte socialista, referindo-se a José Luís Carneiro. Tendo em conta o contexto político, é ainda reconhecida pela direção socialista a dificuldade em colocar muitos nomes em lugares elegíveis.
"O PS tinha um grupo parlamentar grande, mas agora é difícil encaixar gente", admite-se na direção do PS. Isto na assunção de que a repetição da maioria absoluta "é difícil, se não impossível".
Um clima tenso que a direção nacional socialista admite que possa estender-se à reunião da comissão política desta terça-feira à noite. "Há sempre alguma contestação", admite um pedronunista à Renascença