O ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, Eduardo Catroga, rejeitou esta quarta-feira, no Parlamento, o "mito das rendas excessivas", que, defendeu, não ter "qualquer fundamento técnico ou jurídico".
Em audição na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, Eduardo Catroga começou por dizer que "seria mais correto [a audição] chamar-se 'alegadas rendas excessivas'", considerando um mito, "sem qualquer fundamento técnico ou jurídico".
Na intervenção inicial, o antigo ministro das Finanças explicou as funções desempenhadas na EDP, onde entrou em 2006, por convite do maior acionista da elétrica à época, o Estado (com 26% do capital) por convite do então ministro da Economia, Manuel Pinho.
Na altura, a EDP ia passar a ter um modelo dualista, com a consituição do CGS, e Catroga passou a ser um dos membros do novo órgão, então liderado por António de Almeida.
"Acabei por aceitar [em 2006, o convite]. Na altura, há mais de dez anos que tinha adotado um modelo de atividade, que era praticamente de profissão liberal, isto é, estava ligado a projetos empresariais em vários setores da economia. O convite adequava-se ao meu estilo de vida profissional", explicou.
Ao fim de dois mandatos como membro do CGS, em fevereiro de 2012, Eduardo Catroga foi convidado a presidir ao CGS, pelo maior acionista a título individual, a China Three Gorges (CTG).
"Na altura hesitei, porque tinha quatro projetos que me ocupavam bastante e teria que ajustar os compromissos que tinha. Tive que condicionar a aceitação a ajustar a minha vida e os meus compromissos profissionais", disse, adiantando que se "dedicou de corpo e alma", contou.
Em 2015, no final do primeiro mandato, Catroga disse que "contava sair", mas "os acionistas decidiram que devia continuar", e passou a representar o maior acionista, a CTG. Em abril de 2018, o gestor foi substituído por Luís Amado.