Os Estados Unidos condenaram esta quinta-feira o ataque contra um abrigo das Nações Unidas para deslocados em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, que provocou nove mortos, e apelaram para que os locais deste organismo sejam protegidos.
O chefe da UNRWA, Thomas White, tinha informado sobre a morte de noves pessoas e ferimentos em outras 75, no ataque israelita, efetuado com tanques, e que causou graves danos no edifício, que albergava cerca de 800 pessoas deslocadas pelo conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
White disse que dezenas de milhares de pessoas recorreram às instalações da UNRWA em Khan Yunis em busca de algum tipo de proteção contra a ofensiva militar israelita.
Referiu ainda que o pessoal da UNRWA e da Organização Mundial da Saúde (OMS) estava a tentar chegar à zona, uma vez que o exército israelita tinha bloqueado o acesso.
Philippe Lazzarini, chefe da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), considerou, por sua vez, que estes ataques são "uma violação flagrante das regras fundamentais da guerra".
Para o vice-porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, os "civis devem ser protegidos e a função protetora das instalações da ONU deve ser respeitada", lembrando que a diplomacia dos EUA tem defendido isso.
"E os trabalhadores humanitários devem ser protegidos para que possam continuar a fornecer aos civis a assistência humanitária vital de que necessitam", acrescentou.
Pressionado sobre se os Estados Unidos estavam em contacto com Israel, que apoia firmemente, relativamente a este ataque, recusou entrar em detalhes sobre as conversações, mas indicou que Washington continuaria a "levantar junto do governo israelita estas questões difíceis".
Trata-se do segundo incidente do género em dois dias, segundo a UNRWA, citada pela agência espanhola Europa Press.
Mais de 1,9 milhões de habitantes de Gaza foram obrigados a fugir de casa desde o início do atual conflito entre Israel e o Hamas.
Khan Yunis tornou-se, nos últimos dias, o foco da ofensiva militar israelita, depois de se ter concentrado no norte e obrigado milhares de pessoas a fugir para o sul do enclave palestiniano.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, segundo as autoridades.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais de 25.700 mortos, de acordo o Hamas, que controla o território desde 2007.