Apesar de considerar positiva a proposta da TAP, o presidente do Sindicato do Pessoal de Voo e da Aviação Civil (SNPAV) não garante que seja suficiente para desconvocar a greve do final do mês.
Em declarações à Renascença, Ricardo Penarróias diz que não está certo que a assembleia geral fique convencida, tendo em conta o momento que a companhia aérea atravessa.
“Acredito e defendo que a negociação foi positiva, houve avanços e isto é inegável. Contudo, nós não podemos dissociar algo que é importante, que é a realidade que se vive no grupo TAP neste momento”, diz.
“E tudo aquilo que se vive à volta da administração das polémicas que vão ocorrendo quase diariamente. Aquilo que muito provavelmente irá assombrar e irá preocupar os nossos associados não é apenas e só o documento. É toda a conjuntura que se vive, o descontentamento, a revolta que se vive de todos os trabalhadores do grupo TAP”, acrescenta.
O presidente do SNPAV esteve reunido esta manhã com o Ministério das Infraestruturas, com o gabinete de João Galamba a revelar confiança de que a greve será cancelada. No encontro, o ministro terá considerado a proposta da TAP bastante razoável.
“Perante a informação prestada pela direção do sindicato sobre o acordo alcançado, o ministro está convicto de que a assembleia geral do SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil] dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa”, lê-se na nota divulgada pelo gabinete do ministro João Galamba.
“Foi uma conversa saudável, responsável”, descreve Ricardo Penarróias, destacando que a proposta da TAP é “razoável” e que vai ao encontro das reivindicações. No entanto, frisa que há questões por resolver e que têm a ver, por exemplo, com o número de tripulantes.
“A reposição do tripulante nos aviões 330, que nos foi retirado no âmbito do acordo de emergência, se é para manter o mesmo serviço, então temos que manter com o mesmo número de tripulantes e não com menos um tripulante”, exige.
A proposta aponta para o regresso de alguns subsídios e isso é visto com bons olhos.
“Temos aqui outras questões que a companhia tinha deixado de pagar e que a companhia perante este protocolo, este acordo, essa negociação acede a voltar a pagar aquilo que era devido aos tripulantes”, assinala o sindicalista, explicando que “estamos a falar de ajudas complementares que a companhia tinha deixado de pagar, do e-learning que a empresa nunca pagou, e nós recuperamos com retroativos, e os 30 minutos de escalas, que são questões técnicas, mas que a empresa assume o pagamento que era um atropelo do próprio acordo de emergência”.