A Ikea foi condenada por um tribunal francês a pagar uma multa de um milhão de euros depois de ter sido considerada culpada por espiar os funcionários nas instalações francesas.
De acordo com os dados apurados, e divulgados nesta terça-feira pela BBC, a subsidiária francesa da empresa sueca usou detetives particulares e agentes policiais para recolher dados privados sobre os funcionários.
Os gerentes contrataram uma empresa de segurança privada, a Eirpace, e esta recolhia dados pessoais da polícia, incluindo informações sobre estilos de vida e eventuais condenações criminais anteriores.
O sistema de vigilância em massa foi também usado para analisar candidatos a empregos e fiscalizar as equipas contratadas.
Ao todo, terão sido espiadas perto de 400 pessoas.
O escândalo foi dado a conhecer em 2012 e os sindicatos decidiram colocar a empresa em tribunal.
“Está em jogo a proteção de nossas vidas privadas contra a ameaça de vigilância em massa”, defendeu a promotora estadual, Pamela Tabardel, em março, no início do julgamento.
A sentença foi conhecida nesta terça-feira. O ex-CEO da Ikea France, Jean-Louis Baillot, foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma multa de 50 mil euros.
Além de Baillot, estiveram no banco dos réus 14 pessoas, entre altos executivos e ex-gerentes de loja e quatro polícias, por entregarem informações confidenciais.
A Ikea, chocada com o caso, demitiu quatro gerentes.