Os bombeiros gregos continuavam hoje a lutar para controlar vários grandes incêndios florestais que assolam o nordeste do país, incluindo um que já foi considerado o maior registado na União Europeia (UE).
O incêndio florestal na região de Alexandroupolis, que arde pelo sexto dia consecutivo, combinou-se com incêndios mais pequenos, consumindo casas e vastas extensões de floresta e obrigando a evacuar várias localidades e o hospital da zona.
Com mais de 730 quilómetros quadrados queimados, o incêndio de Alexandroupolis é o maior de que há registo na UE, segundo afirmou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
A área é menor que a do arquipélago da Madeira, que conta com pouco mais de 800 quilómetros quadrados, mas é maior do que a do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que tem cerca de 700 quilómetros quadrados - 70.290 hectares.
"Temos de continuar a reforçar os esforços nacionais e coletivos de prevenção e preparação, tendo em vista épocas de incêndios mais brutais", afirmou o comissário.
Na última semana, os incêndios provocaram a morte de pelo menos 20 pessoas na Grécia, incluindo 18 migrantes que cruzaram a fronteira próxima com a Turquia, sendo dois deles jovens com 10 e 15 anos.
Os bombeiros gregos deparam-se ainda com dezenas de outros incêndios, incluindo um grande incêndio nos arredores de Atenas que queimou casas e invadiu uma das últimas áreas verdes perto da capital grega, o parque nacional no Monte Parnitha.
A Grécia sofre incêndios florestais devastadores todos os verões. Em 2018, um incêndio fez 104 vítimas mortais nos arredores de Atenas, durante o qual turistas não foram avisados para sair de um 'resort' de férias.
No verão de 2007, vários incêndios florestais, que afetaram principalmente a região sul do Peloponeso, mataram mais de 70 pessoas e queimaram cerca de 2.700 quilómetros quadrados.
No mês passado, um grande incêndio florestal na ilha turística de Rodes forçou a saída de cerca de 20 mil turistas.
O ministro da Crise Climática e da Proteção Civil, Vassilis Kikilias, reconheceu que alguns dos incêndios nos arredores de Atenas têm mão criminosa.
"Alguns incendiários estão a provocar incêndios, colocando em risco florestas, propriedades e, acima de tudo, vidas humanas", disse o ministro grego, numa declaração transmitida pela televisão.
Com as forças de combate a incêndios no seu limite, a Grécia pediu ajuda a outros países europeus.
No total, nos últimos dias, a UE disponibilizou às autoridades gregas sete aviões, um helicóptero, 114 bombeiros e 19 veículos para apoiar o combate aos incêndios florestais.
Para esta nova vaga de incêndios, a segunda no espaço de um mês, foi ainda disponibilizado o programa europeu de cartografia por satélite Copernicus, que já reproduziu mapas das áreas afetadas.
Até ao momento, Alemanha, Suécia, Croácia, Chipre, Roménia, França, República Checa, Bulgária, Albânia e Eslováquia disponibilizaram meios e operacionais para ajudar no combate às chamas.