As acções da Renault caíram mais de 20%, esta quinta-feira, depois de um responsável sindical ter dado conta de buscas aos escritórios da empresa francesa relacionadas com uma investigação de fraude ligada às emissões poluentes. A Volkswagen foi a primeira construtora automóvel a ser emvolvida na polémica.
“Houve buscas em várias instalações por parte de investigadores de fraude”, disse à agência Reuters o líder sindical Florent Grimaldi, confirmando a notícia avançada pela Agence France Presse. “A administração não confirma que tenha a ver com emissões NOx, mas dados os sectores inspeccionados, achamos que pode haver uma relação”, acrescentou.
Às 11h40 desta quinta-feira, as acções da Renault desceram cerca de 20%, no pior dia da empresa nas bolsas desde 1994, perdendo cerca de cinco mil milhões de euros em valor de mercado.
A visita por elementos da DGCCRF (Direcção Geral da Concorrência, do Consumo e Repressão de Fraudes) aconteceram há uma semana, segundo informaram fontes sindicais. Na altura vários computadores terão sido apreendidos.
A Renault recusou-se a comentar, tal como o Ministério das Finanças francês.
Várias marcas automóveis ficaram sob suspeita após o
escândalo da Volkswagen, que rebentou a 18 de Setembro do ano passado, quando
se percebeu que a construtora alemã instalara um kit fraudulento de emissões poluentes nos motores
EA 189, usado em modelos a gasóleo da VW e da Audi, que ocultavam os valores
reais de poluição gerados por esses motores.
Os veículos afectados em Portugal são 125.491, segundo o relatório preliminar apresentado pelo grupo de trabalho criado pelo Governo. Segundo o plano do grupo alemão, este mês vão começar a ser chamados os veículos com os motores 2.0 TDI das várias marcas afectadas, sendo que no segundo trimestre serão chamados os modelos equipados com os motores 1.2 TDI.
Está previsto que no terceiro trimestre os proprietários dos veículos equipados com os motores 1.6 TDI sejam contactados para levar os carros aos concessionários.