A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai ceder um hospital de campanha ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a pedido da unidade, para o caso de ser necessário isolar doentes infetados pelo novo coronavírus de outros doentes.
O presidente da CVP, Francisco George, disse hoje à Lusa que a CVP acedeu a um pedido feito pela administração do Hospital de Santa Maria, para "fins de isolamento, no caso de ser necessário", de doentes infetados pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19.
Segundo Francisco George, a requisição de um hospital de campanha foi efetuada pela administração do Santa Maria a "título preventivo" e "é absolutamente normal", para "evitar contactos próximos" entre doentes ou suspeitos com a Covid-19 e doentes que "estão no hospital por outras razões".
O ex-diretor-geral da Saúde disse que, "por enquanto", só o Hospital de Santa Maria solicitou um hospital de campanha, "módulos insufláveis certificados pela União Europeia" que são utilizados em situações de emergência como a da epidemia de Covid-19.
O Hospital de Santa Maria é uma das unidades hospitalares de referência de "segunda linha" para conter a propagação da infeção pelo novo coronavírus, uma família de vírus que pode provocar infeções respiratórias como pneumonia.
Para responder ao surto do novo coronavírus, que já infetou em Portugal 13 pessoas, a CVP tem seis ambulâncias "em prontidão" para transportar doentes.
Além disso, a instituição reforçou a "reserva estratégica do país" de equipamento de proteção individual com 2,1 milhões de máscaras cirúrgicas e 'kits' completos (que incluem máscaras, batas, botas, óculos, tocas, aventais e luvas).
"São meios que estão disponíveis e são reforços da reserva estratégica do país que estão armazenados para situações de emergência", frisou Francisco George.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China, já provocou 3.456 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.
A Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco de contágio para "muito elevado".