O timing da venda do Novo Banco “não tem nada a ver com as eleições”, afirma o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, em resposta às críticas do PS.
Num jantar com militantes em Évora, Passos Coelho disse esta terça-feira à noite que o importante é “garantir a estabilidade do sistema financeiro” e que os depositantes “estejam sempre salvaguardados”.
“Não queremos que sejam os portugueses a pagar as facturas de quem se portou mal no passado, tivessem eles estado no Governo ou à frente de algumas empresas, esperando ter um Governo amigo para os salvar”, salientou.
Em pré-campanha para as eleições legislativas de 4 de Outubro, o líder do PSD dirigiu um violento ataque ao PS. Alertou para os perigos do regresso à “velha politica demagógica e proteccionista que trouxe o país à bancarrota”.
Nestas eleições, sublinhou Passos Coelho, o país deve distinguir “a velha maneira de fazer política, de manter e renovar os privilégios existentes, de condicionar a actividade independente até da comunicação social, como já tivemos a oportunidade de observar”.
Quatro anos depois, as eleições do próximo dia 4 de Outubro marcam, de acordo com o primeiro-ministro, uma nova etapa.
“Da mesma maneira que não foi um acaso o país entrar em bancarrota em 2011, não foi por obra do Espírito Santo, teve responsáveis políticos claros e políticas que trouxeram o resgate, assim também a recuperação da economia, o crescimento do emprego, o combate às desigualdades e o futuro por uma sociedade mais coesa e mais vigorosa não acontecerá por acaso, depende da vontade dos portugueses dos portugueses no dia 4 de Outubro”, concluiu Passos Coelho.
“Não me venham falar de Dias Loureiro”
O primeiro-ministro andou esta terça-feira pelo Alentejo. Ao almoço, criticou a posição do líder do PS, António Costa, sobre a solução encontrada para o BES, recordando a forma como os socialistas nacionalizaram o BPN e tornaram os portugueses "lesados" nesse processo.
"Aqueles que nos criticam hoje foram os mesmos que nacionalizaram o BPN. Não me venham falar de Dias Loureiro, não fui eu neste governo nem o doutor Paulo Portas que nacionalizámos o BPN e que tornámos os portugueses, todos eles, lesados do BPN", disse Pedro Passos Coelho.
Num encontro com apoiantes da coligação PSD/CDS-PP, no Núcleo Empresarial da Região de Portalegre (NERPOR), criticou ainda a posição de António Costa sobre os lesados do BES.
"Ao contrário daquilo que diz o candidato do Partido Socialista, que em Agosto veio falar a propósito dos lesados do BES dizendo "esse é um problema que os tribunais têm que resolver", mal a campanha começou apareceu a dizer que "esse é um problema que o Governo tem que resolver". É o Governo ou os tribunais, doutor António Costa", questionou.