O ator português Rogério Samora morreu esta quarta-feira, confirmou a Renascença junto de fonte hospitalar.
Estrela de telenovelas, teatro e cinema, Rogério Samora faleceu eram 11h10 da manhã. Tinha 63 anos.
O ator estava internado no Hospital Amadora-Sintra depois de um agravamento do seu estado de saúde.
No dia 20 de julho de 2021, Rogério Samora teve uma paragem cardiorrespiratória, no decorrer das gravações da novela Amor Amor, da SIC, e foi transportado para o Hospital Amadora-Sintra, onde esteve internado na unidade de cuidados intensivos durante mais de dois dois meses.
A 28 de setembro de 2021, foi transferido para a unidade de cuidados continuados integrados da Associação de Socorros da Freguesia da Encarnação, em Mafra, com prognóstico muito reservado e em coma vegetativo.
Na segunda-feira, Rogério Samora voltou a ser internado no Amadora-Sintra, por causa de uma febre que não baixava e que não se percebia a causa.
Rogério Samora contava mais de 40 anos de carreira, com um percurso marcado pela participação em dezenas de telenovelas e outras produções televisivas, como "Nazaré" e "Mar Salgado", da SIC, "Flor do Mar" ou "Fascínios", da TVI, depois de se ter estreado em televisão, na RTP, em 1982, em “Vila Faia”.
O percurso de Rogério Samora teve, porém, início no teatro, na antiga Casa da Comédia, e apresenta alguns dos seus mais importantes papéis no cinema, em filmes de Fernando Lopes e de Manoel de Oliveira.
Nascido em Lisboa, em 28 de outubro de 1958, fez o curso de Teatro do Conservatório Nacional, e estreou-se no final da década de 1970, na peça “A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini”, de René Kalisky, levada a cena na Casa da Comédia, sob a direção de Filipe La Féria. O desempenho valeu-lhe o seu primeiro prémio, em 1981, o de Ator Revelação, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Ganhou um prémio nacional de relevância na gala dos Globos de Ouro.
"Um dos mais carismáticos atores da sua geração"
O Presidente da República já lamentou a "morte precoce de Rogério Samora, um dos mais carismáticos atores da sua geração".
"É uma grande perda para os seus familiares e amigos, mas também para o público português de teatro, cinema e televisão, que nele encontrou, há décadas, um intérprete de eleição", refere Marcelo Rebelo de Sousa, em comunicado publicado no site da Presidência da República.
"Rogério Samora fez teatro nos anos 80, com Filipe La Féria e Carlos Avilez, tendo trabalhado também com João Lourenço e Luís Miguel Cintra, entre outros; filmou com Manoel de Oliveira, José Fonseca e Costa, António-Pedro Vasconcelos, João Botelho ou Miguel Gomes, tendo-se notabilizado no «Delfim» de Fernando Lopes, onde encarou com brilhantismo um arquétipo do homem português de outras épocas já fora de época. E foi uma das mais constantes presenças em séries e telenovelas, somando ao reconhecimento a popularidade."
Para o Presidente, Rogério Samora "era uma presença forte, afirmativa, um ator que deixou marca, em particular no registo por natureza mais perene, que é o do cinema, o que permitirá às gerações futuras entender a admiração e a estima que por ele tiveram os espectadores do nosso tempo".
Numa mensagem publicada nas redes sociais, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou "profundamente" a morte de Rogério Samora.
"Numa carreira que o tornou uma presença permanente junto do público português, seja no teatro, no cinema ou na televisão, o talento de Rogério Samora fizeram-no destacar-se como um dos mais completos atores da sua geração", escreve Graça Fonseca.
"Na sua voz e nos seus gestos, as complexidades, os matizes e as contradições da natureza humana ganhavam uma dimensão única, que o público português e os seus pares sempre reconheceram", refere a ministra da Cultura na nota de pesar.