A afluência de peregrinos ao Santuário de Fátima está a regressar a níveis anteriores à pandemia. Estão inscritos, até ao momento, 104 grupos de peregrinos para as celebrações oficiais deste 12 e 13 de outubro.
Segundo o gabinete de comunicação do santuário, é o maior número de grupos desde que a pandemia. Deste 104 grupos, 19 grupos vêm de Itália, 14 de Portugal, 11 Polónia e 9 dos Estados Unidos e de Espanha. Outros grupos, menos expressivos, vêm de países oriundos de todos os continentes do mundo.
Os números expressam o movimento que se tem visto na cidade, especialmente ao fim de semana.
Ana Lopes que vende artigos religiosos perto do recinto diz que os peregrinos "aproveitaram para vir nos fins de semana passados ou aproveitarão para vir neste fim de semana", por isso, durante a semana o movimento não é tão intenso.
Sendo assim, o mês de outubro, em termos de negócio, está a ser "um típico mês de outubro", diz a jovem, que salienta que quem compra mais são os peregrinos estrangeiros. "O peregrino português vem cá sempre e já sabe que é sempre um pouco mais do mesmo, por isso não compra tanto", acrescenta.
Ir a pé até Fátima é diferente
Apesar das dificuldades económicas pelas quais estamos a passar devido à guerra, a fé continua a mover montanhas.
Tiago Gonçalves, de 25 anos, chegou a Fátima vindo da Trofa, pela primeira vez a pé, nesta terça-feira. Há 3 anos atrás fez uma promessa que quis vir cumprir e, apesar das dores, não se arrependeu.
"Para primeira vez, e não tendo experiência alguma de anos anteriores, vir a pé é muito doloroso, mas ao mesmo tempo é uma dor que cura", conta o jovem. E chegar a Fátima "não consigo descrever, é incrível", acrescenta. "Valeu a pena", diz, com os olhos humedecidos.
Nesta quarta-feira, muitos peregrinos a pé estão a chegar à Cova da Iria. Outros virão em transporte. Quem está a trabalhar prefere vir ao fim de semana.
Certo é que não há nada que demova os devotos de Nossa Senhora de virem ao local onde ela apareceu há mais de um século.