O presidente do Conselho Europeu diz que os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, têm a noção de que "a estratégia da Rússia é enfraquecer a União Europeia", mas garante que o bloco europeu manterá a sua unidade face a Moscovo.
No final do primeiro dia de trabalhos da cimeira de chefes de Estado e de Governo que decorre em Bruxelas, Donald Tusk indicou que houve "uma ampla discussão sobre a Rússia", tendo os líderes europeus sublinhado as mais variadas "actividades russas", desde "as violações de espaço aéreo, as campanhas de desinformação", passando por "ciberataques e interferências nos processos políticos na UE e não só", além de "desenvolvimentos na investigação do (queda do voo da Malaysia Airlines) MH16".
"Face a estes exemplos, é claro que a estratégia da Rússia é enfraquecer a UE", apontou o presidente do Conselho Europeu, que asseverou que os líderes europeus não têm "ilusões" e concordaram, "acima de tudo, em manter a unidade".
Referindo-se ao caso específico da intervenção russa no conflito sírio, e designadamente nos bombardeamentos a Alepo, Donald Tusk reiterou que a UE "pede o fim das atrocidades e imediato cessar de hostilidades" e "considerará todas as opções disponíveis se estas atrocidades continuarem", sem no entanto mencionar a possibilidade de novas sanções.
"Aumentar tensões com a Rússia não é o nosso objectivo, estamos apenas a reagir a passos dados pela Rússia. Claro que a UE está sempre disposta a encetar um diálogo, mas nunca comprometeremos os nossos valores ou princípios", completou.
A cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, iniciada quinta-feira à tarde, e cuja primeira sessão de trabalhos terminou já hoje de madrugada, prosseguirá de manhã, com a agenda centrada na política comercial.
Portugal está representado no Conselho Europeu pelo primeiro-ministro António Costa, que se escusou a prestar declarações no primeiro dia de trabalhos.