O anúncio da contratação 850 profissionais para os hospitais, anunciado este sábado pelo Minsitério da Saúde, não vai fazer cair a greve dos enfermeiros convocada para o dia 14 de Janeiro. A garantia é do presidente do SINDEPOR, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, que reconhece que este é, no entanto, um sinal positivo dado pela tutela.
“Só por si, [estas contratações] não chegam para desconvocar a greve”, diz Carlos Ramalho, presidente do SINDEPOR, à Renascença. "Ainda há muitas situações a esclarecer, nomeadamente aquilo que são as leis do Orçamento do Estado de 2018, que previam o descongelamento das progressões, da atribuição do subsídio de enfermeiro especialista que não foi devidamente aplicado”, enumera o sindicalista.
Para o presidente deste sindicato de enfermeiros, a decisão anunciada na manhã deste sábado “é um bom sinal”, que o sindicato terá em conta no momento das negociações. “Mostra disponibilidade de reforçar aquele que é, neste momento, o Serviço Nacional de Saúde, que está muito carente de recursos humanos” diz Carlos Ramalho, que entende, no entanto, que o número fica aquém das necessidades.
“Dissemos desde o início que só para colmatar aquilo que eram as necessidades de pessoal de enfermagem com a passagem para as 35 horas seriam necessários, no mínimo, 1.600 enfermeiros”, explica.
Na sexta-feira, após mais uma maratona negocial entre sindicados e representantes dos ministérios das Finanças e da Saúde, as estruturas representativas dos enfermeiros disseram ter ficado satisfeitas com os avanços alcançados nas negociações, já que o Governo terá admitido a criação de uma categoria de Enfermeiro Especialista, uma das maiores lutas dos profissionais.