A diretora-geral da Saúde anunciou, esta segunda-feira, que vão ser feitas nos próximos meses visitas de “caráter pedagógico” aos lares de idosos para “minimizar o risco” de transmissão de covid-19.
“Vão ser mantidas e intensificadas todas as medidas que têm estado a ser feitas, como vai haver um reforço sobretudo muito centrado num plano de visitas conjuntas não só da saúde, mas também da segurança social, a estas instalações”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa regular sobre atualização dos dados da pandemia em Portugal.
Questionada sobre as medidas previstas para estas instituições que acolhem idosos, a diretora-geral da Saúde sublinhou que nos lares estão as pessoas mais vulneráveis, sendo, por isso, essencial trabalhar com os profissionais e com as entidades que gerem estas instituições” de forma a “minimizar o risco”.
“As medidas que devem ser tomadas pelos profissionais que trabalham nestas instituições, é com estes profissionais que queremos trabalhar e com as entidades que geram estas instituições no sentido das pessoas percecionarem de facto o risco que se corre, o risco que se pode transmitir a terceiros, que medidas podem ser tomadas para minimizar esse risco”, precisou.
Segundo Graça Freitas, estão programadas para os próximos meses um conjunto de visitas.
A diretora-geral da Saúde disse ainda que, quando se aproximar a época do outono, as visitas também irão servir para iniciar a campanha de vacinação contra a gripe.
Sobre a situação em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales disse que não é intenção fechar esta localidade devido ao surto de covid-19, que contabiliza mais de 160 casos.
A diretora-geral sublinhou que este surto “é relativamente grande”, estando a situação a estabilizar, apesar de poderem aparecer novos casos.
Na conferência de imprensa e respondendo a questões dos jornalistas, o secretário de Estado disse que a maioria dos passageiros que chegam aos aeroportos portugueses já vêm com os testes feitos, não sendo necessário fazê-los à chegada.
António Lacerda Sales garantiu também que está a ser feito “um esforço grande de recuperação" para remarcar consultas e cirurgias que foram adiadas devido à pandemia.
O secretário de Estado estimou que, até ao final do ano, sejam recuperadas "entre 230 a 250 mil consultas" e "25% das cirurgias”.
Por sua vez e questionado sobre o atraso na divulgação dos resultados dos testes de diagnóstico à covid-19, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), Fernando Almeida, afirmou que “não é fácil muitas vezes fazer os teste e dá-los imediatamente”.
Fernando Almeida disse que não se trata de um atraso, mas sim de “um ‘delay’ que muitas vezes dá esses dias”, sustentando que “já foi maior”.
“Neste momento não é de todo preocupante a não ser casos pontuais”, disse, ressalvando que isso não invalida um risco aumentado porque a pessoa que fez o teste já está à partida confinado e já não constitui qualquer risco de transmissão para outras pessoas.
Portugal regista hoje mais seis óbitos por covid-19, em relação a domingo, e mais 232 casos de infeção confirmados, dos quais 195 na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgados.
De acordo com o boletim epidemiológico diário, o total de óbitos por covid-19 desde o início da pandemia é agora de 1.620 e o total de casos confirmados é de 44.129.