Pedro Santana Lopes quer ver o Aliança no novo Parlamento. O ideal seria um grupo parlamentar de dois deputados, mas para isso são precisos votos, mais do que a simpatia com que é recebido nalguns bairros de Lisboa.
Por onde passa, o antigo primeiro-ministro vai deixando o apelo àqueles que costumam ficar em casa para que. Desta vez, no dia 6 de outubro se pronunciem sobre o futuro político de Portugal. E já agora, votem no Partido Aliança.
A campanha do Aliança está a correr bem, “a aceitação é muito boa, são todos muito simpáticos. Daí até ao voto, vamos ver”, diz Pedro Santana Lopes à Renascença, numa pequena conversa enquanto alguns membros da equipa filmam mais alguns segundos para o tempo de antena do partido. Desta vez, à entrada do Metro da Cidade Universitária, sem acessos que permitam que seja usada por um estudante deficiente em cadeira de rodas.
Para trás tinha ficado uma tentativa de visita ao Vale de Alcântara. Não concretizada devido a vários desencontros num bairro social que não é pequeno e sem ajuda da Polícia Municipal para melhor orientação. Não aconteceu hoje, mas fica para outro dia, assim como a visita ao Bairro das Furnas, entre outros.
Ao que parece, o “falhanço” desta tarde foi exceção. Pedro Santana Lopes garante que tem sido sempre bem-recebido nos bairros sociais por onde tem passado, em Lisboa e no distrito. E dá como exemplo, a Ameixoeira ou o bairro das Murtas.
Este último, um dos que tem graves problemas sociais. Onde o político viu o carro rodeado de pessoas que faziam pedidos e apresentavam problemas - quiçá a pensar que ainda era o presidente da autarquia ou só “porque me conhecem da televisão”.
Santana não enjeita a simpatia, antes pelo contrário. Mas tal como todos os políticos, o que quer é que os sorrisos se transformem em votos no Aliança no dia 6 de outubro. A taxa de abstenção tem sido muito elevada, as pessoas estão “fartas dos políticos” e tem consciência de que muitos com que se cruza por esses dias, noutras eleições não votaram.
Pois é precisamente a esses - os abstencionistas - que o líder do Aliança apela a que saiam de casa e façam a sua escolha para o futuro do país. E já agora, que deem uma oportunidade “a quem tem novas propostas mesmo quando anda na política há muitos anos, como eu”.
Dois deputados, um em Lisboa e outro no Porto, um grupo parlamentar. “Já ficávamos satisfeitos, diz Santana Lopes. “Um, são os mínimos olímpicos”.
Saúde é a prioridade do Partido Aliança
Há um défice enorme na Saúde, “o país não tem dinheiro para sustentar o Serviço Nacional de Saúde que é supostamente gratuito, mas não responde às necessidades dos cidadãos. É por isso que o Aliança defende um seguro de saúde para todos os portugueses, para que possam ir ao privado quando não tiverem resposta em tempo útil no SNS, frisa Santana Lopes.
A demografia e a habitação são outras preocupações do partido. O líder político que conhece bem a capital diz que continuam a existir bairros sociais, uns mais conservados, outros mais degradados.
“Tenho visto coisas que me preocupam muito e isto não é uma crítica ao atual presidente da Câmara, que tem feito coisas muito positivas. Não tem a ver só com um Governo ou uma câmara. Mas sou cabeça de lista por Lisboa e tenho obrigação de conhecer bem esta realidade se quero voltar a exercer funções políticas em representação dos cidadãos”, argumenta Pedro Santana Lopes.