O PSD vai manter a abstenção na sexta-feira na votação final global do Orçamento Suplementar, tal como fez na generalidade, o que significa a viabilização do documento.
“Não vemos razões, pela forma como decorreu a discussão na especialidade, para o PSD mudar o sentido de voto de abstenção”, disse à Lusa o presidente social-democrata Rui Rio.
No dia da votação na generalidade, o líder do PSD já tinha admitido que dificilmente o partido mudaria o seu sentido de voto.
"Só se houvesse uma alteração profundíssima é que alterávamos o sentido de voto, penso que não vai haver uma alteração profundíssima, o diploma vai para a votação final mais ou menos parecido", disse.
Rio afirmou por várias vezes que o partido iria analisar o Orçamento Suplementar com vontade de “ajudar”, salientando que faria depender o voto não da "aceitação desta ou daquela medida", mas da avaliação se o documento responde às necessidades do país até final do ano face às consequências da pandemia de Covid-19.
O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) anunciou também esta quinta-feira que vai abster-se na votação final global do documento.
Já o Bloco de Esquerda também vai manter a abstenção, considerando “tanto os avanços alcançados como as votações convergentes de PS e PSD que impediram alterações mais substanciais na especialidade”, avançou à Lusa fonte oficial do partido.
“Na sequência da decisão da Mesa Nacional, considerando tanto os avanços alcançados como as votações convergentes de PS e PSD que impediram alterações mais substanciais na especialidade do Orçamento Suplementar, o Bloco de Esquerda manterá o sentido de voto na votação final global”, adiantou à Lusa fonte oficial do partido.
Também esta quinta-feira, o PCP fez saber que vai votar contra o Orçamento Suplementar.
A votação final global do Orçamento Suplementar está agendada para sexta-feira na Assembleia da República.
Em 17 de junho, a proposta do Governo de Orçamento Suplementar para 2020 foi aprovada na generalidade apenas com os votos contra de CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, que representam sete dos 230 deputados.
Na generalidade, só a bancada do PS votou a favor, mas PSD, BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, abstiveram-se na votação do documento, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia de Covid-19.