Marta Temido e as lições da pandemia. “Temos de investir mais em saúde pública”
03-12-2020 - 15:37
 • Cristina Nascimento

Ministra da Saúde diz que serviços de saúde precisam de ser reforçado porque, afirma, situações de pandemia como vivemos nos últimos meses vão voltar a acontecer.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, diz que uma das lições aprendidas com a pandemia é que é necessário investir mais em saúde pública.

Numa conferência na Web Summit, a governante diz ainda “ser cedo para aprender todas as lições que a pandemia nos ensinou”, mas uma já está adquirida.

“Os serviços de saúde têm de investir mais em saúde pública e na preparação para responder a pandemias. Uma coisa temos a certeza, isto vai voltar a acontecer”, afirmou Temido.

Olhando para os nove meses de pandemia, Marta Temido destacou como sendo um dos momentos difíceis quando, em maio/junho, na região de Lisboa e Vale do Tejo, a pressão mantinha-se em alta.

“Foi um momento muito difícil para nós, ver todos os outros países e as outras regiões do país com uma situação calma e um aparente regresso à normalidade e enfrentar uma pressão na região de Lisboa”, assegurou.

Questionada sobre se não foi ponderado um novo confinamento total, Temido explica que o momento é diferente e que “a sociedade não está em condições de suportar um novo confinamento”, aludindo ainda ao “movimento negacionista em todo o mundo, em reação aos confinamentos”.

“As pessoas têm de trabalhar, as pessoas têm de se proteger e é muito mais difícil decidir agora um confinamento total”, remata.

Na cimeira da tecnologia, Temido falou ainda da aplicação StayAway Covid que o Governo tentou tornar obrigatória. A ministra garante que a "app" é uma boa ferramenta para evitar a propagação de doença, sobretudo num contexto de grande desconhecimento, e diz que os portugueses fazem um uso da aplicação móvel em linha com os restantes países.

“Trinta por cento dos utilizadores da app que recebem o código, inserem-no. Esta é um dado semelhante ao dos outros países. A média de utilização dos portugueses está em linha com o resto dos países”, assegura.