O alargamento do prazo do Brexit continua sem gerar acordo entre os principais atores do processo. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse esta segunda-feira que um prolongamento do período para a conclusão do Brexit é a opção "mais racional". May, por seu lado, respondeu que adiar a saída para lá de 29 de março não vai resolver o problema.
A primeira-ministra britânica acredita que o prolongamento da data apenas adia a grande decisão que terá de ser tomada. "A extensão do artigo 50 [do Tratado de Lisboa] não faz com que haja um acordo nem que consigamos uma decisão do Parlamento [britânico]", disse Theresa May.
"O que acontece é precisamente o que a palavra 'adiar' diz. Apenas atrasa o ponto em que chegaremos a uma decisão. E eu acho que qualquer extensão do artigo 50, nesse sentido, não resolve a questão. Temos isso ao nosso alcance", acrescentou a líder britânica.
Em relação às conversações com líderes da UE, May explicou aos jornalistas: "O que eu senti em todas as minhas conversas com meus colegas em Sharm el-Sheikh [onde decorre a cimeira que junta os líderes dos países da Liga Árabe e os da União Europeia], é uma verdadeira determinação para encontrar um caminho, que permita ao Reino Unido deixar a UE de uma forma suave e ordenada, com um acordo."
Também no Egito, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou, por seu lado, que um prolongamento para a conclusão do Brexit é a opção mais racional.
“Em primeiro lugar, posso dizer que a primeira-ministra May e eu discutimos uma série de assuntos ontem, incluindo o contexto legal e os procedimentos para uma potencial extensão do prazo. Para mim, é absolutamente claro que não há uma maioria na Casa dos Comuns para aprovar o acordo. Vamos ter de encarar as alternativas: ou uma saída sem acordo ou a extensão do prazo”, disse Tusk na cimeira esta manhã.
“Acredito que, neste momento, a decisão mais racional é uma extensão do prazo para o Brexit, mas a primeira-ministra May acredita que conseguirá evitar este cenário”, adiantou.
Ontem, fonte europeia próxima do processo admitiu à Bloomberg que a UE pondera, caso Theresa May não consiga que o Parlamento britânico aprove o acordo, conceder à primeira-ministra uma extensão de 21 meses para a saída, ou seja, até 2021.
No entanto, e mesmo parecendo haver uma espécie de acordo para a extensão entre a maioria dos países da UE, a mesma só ocorrerá, de acordo com as regras do processo de negociação do Brexit, caso a primeira-ministra britânica a solicite – depois, a extensão terá sempre que ser formalmente aprovada pelos restantes governos da UE.