João Queiroz e Melo, cirurgião cardíaco e pioneiro dos transplantes de coração em Portugal, é o primeiro subscritor de um manifesto, divulgado esta quarta-feira, que defende que o programa eleitoral da coligação da AD “é o mais indicado para corrigir a grave situação no SNS” e oferecer cuidados de saúde verdadeiramente universais a toda a população.
À Renascença, o especialista, que trabalhou 38 anos no SNS, defende que não é com “receitas de há 50 anos que se resolvem os atuais problemas do SNS” que “estão em agravamento sucessivo”, alerta.
Para inverter a situação, estas 110 personalidades consideram que o SNS tem de ser reestruturado e deve funcionar em articulação com os restantes prestadores, sociais e privados, num Sistema Nacional de Saúde.
João Queiroz e Melo considera que “usar as estruturas que já existem para tratar os portugueses é a forma mais barata de o fazer” e sublinha que “as parcerias público-privadas nos hospitais foram úteis para a saúde e para a bolsa dos portugueses, que é quem paga”.
O cirurgião defende que “é importante haver realismo e abandonar o excesso de ideologia com que se tem querido gerir o Serviço Nacional de Saúde nos últimos anos”.
Entre as personalidades que assinam este manifesto, onde se pode ler que “as eleições legislativas são uma ocasião privilegiada para acabar com o ciclo de mediocridade e deterioração no SNS”, estão Alexandre Valentim Lourenço, diretor do serviço de ginecologia do Hospital de Santa Maria; e Rui Anjos diretor do serviço de cardiologia pediátrica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
Hélder Monteiro, diretor de serviço no CHLO; Miguel Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia; Manuel J. Antunes, diretor do Centro de Responsabilidade de Cirurgia Cardíaca, dos Hospitais da Universidade de Coimbra; e Miguel Sousa Uva, cirurgião cardíaco, diretor de serviço no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, são outros dos signatários.