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As leis laborais, à esquerda, e o estado do SNS e aumento de impostos, à direita, marcaram esta segunda-feira o debate televisivo entre os seis líderes partidários, com Catarina Martins e António Costa a recuarem à formação da 'geringonça'.
Num debate, transmitido em simultâneo na RTP 1 e RTP 3, e que começou quase um quarto de hora mais tarde face ao previsto, a coordenadora do BE, Catarina Martins, aproveitou para responder às declarações do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, no debate radiofónico da manhã com o líder do PSD.
No frente a frente, organizado pelas rádios Renascença, Antena 1 e TSF, o secretário-geral do PS afirmou que o Bloco fez do PS o seu adversário em 2015 e disse esperar que depois das eleições de 6 de outubro, o Bloco "reveja a sua posição mais cedo" e não após "a reunião do PS com o PCP", como afirmou que aconteceu há quatro anos.
Esta noite, no debate entre os líderes das seis forças com assento parlamentar - PSD, PS, BE, CDS, PCP e PAN - a coordenadora nacional bloquista referiu-se a "uma espécie de reescrita da história" dos últimos quatro anos e disse querer deixar "as coisas claras".
Catarina Martins dirigiu-se a António Costa, sublinhando que na manhã das eleições em 2015, PS e Bloco reuniram "de forma informal".
Na réplica, António Costa afirmou: "Eu tenho por princípio de boa educação, nunca falo em público das reuniões que tenho em privado".
"Não disse nada que não esteja escrito em livros e confirmado por dirigentes do PS", referiu mais à frente Catarina Martins.
O secretário-geral do PS contrapôs que "quem quer reescrever a história é a Catarina Martins", por descrever os últimos quatro anos como "a história do confronto entre o PS e os partidos à esquerda".
"Só na sua cabeça e do Bloco de Esquerda pode haver esta descrição desta legislatura", defendeu Costa, recusando depois que o BE o PCP sejam empecilhos.
No entanto, António Costa criticou que, ao contrário de PCP e BE criticam o PS e "estão no seu direito", os socialistas não podem falar sobre aqueles partidos, porque "então, aí, cai o Carmo e a Trindade".
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sublinhou que a solução que marcou a legislatura foi fruto da "arrumação de forças" no parlamento, mas avisou que a "conjuntura não é repetível", porque este é "outro tempo" e as circunstâncias são outras.
O líder social-democrata, Rui Rio, considerou que se estava perante "um arrufo que normalmente é tratado dentro de casa" ou nos "julgados de paz", não acreditando por isso numa dissolução definitiva da solução governativa dos últimos quatro anos.
"Se o PS precisar do apoio do PCP e do Bloco de Esquerda para governar, lá teremos, naturalmente, e também outra vez a 'geringonça' de certeza", considerou.
Para a presidente centrista, Assunção Cristas, ficou "clarinho como a água" que PS, BE e PCP "vão entender-se todos ou não" mediante os resultados das eleições.