Marta Temido, antiga ministra da Saúde e atual deputada do PS, não descarta a possibilidade de vir a ser candidata à Câmara Municipal de Lisboa, nas autárquicas de 2025.
Em declarações aos jornalistas, depois de apresentar esta quinta-feira a sua candidatura à liderança da concelhia do PS de Lisboa, Marta Temido deixou aberta a porta a vir a bater de frente com o social-democrata Carlos Moedas.
“A seu tempo se verá. Há muitos rostos com possibilidades de fazer um bom trabalho em Lisboa. Neste momento não nos interessa apenas poder, interessa-nos ter respostas”, assegura Marta Temido em declarações na sede do PS, no Rato, em Lisboa.
Apesar disso, a antiga ministra salienta que os militantes do PS “devem estar disponíveis” para concorrer aos cargos que o partido entender, sugerindo que se essa for a vontade dos socialistas, ela não faltará à chamada.
Esta quinta-feira, o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão (PS) elogiou Carlos Moedas (PSD) e assumiu que será “muito difícil” derrubar o antigo comissário europeu nas próximas autárquicas. Confrontada com essas declarações à Renascença e ao jornal Público, Marta Temido concorda que vencer o atual autarca lisboeta não será tarefa fácil.
“Naturalmente reconheço essa exigência do desafio. O segundo mandato autárquico é normalmente uma tradição e há um conjunto de características na atual gestão da cidade que levaram as pessoas a ter algumas ilusões”, afirma a antiga ministra da Saúde, que saltou para as luzes da ribalta durante a pandemia.
Cidade "suja", mobilidade "caótica"
Antes de falar aos jornalistas, Marta Temido esteve a apresentar a sua moção “A Lisboa que queremos”, para a liderança da concelhia do PS de Lisboa, onde, ao mesmo tempo, garantiu que não era uma candidatura à Câmara de Lisboa e criticou a atual gestão de Carlos Moedas.
Sem nunca mencionar o nome do atual autarca de Lisboa, a deputada socialista afirmou que “a cidade está cada vez mais suja” e que o executivo PSD-CDS está a criar uma cidade que separa “velhos e novos”, “nómadas e cidadãos” e “lisboetas e turistas”.
A mira esteve também na mobilidade, que Marta Temido classifica de “caótica” e garante que a responsabilidade é de quem governa a cidade.
Numa altura em que Lisboa está sob fortes constrangimentos por causa de obras na baixa da cidade, a que se juntam as intervenções decorrentes do plano geral de drenagem, Marta Temido acredita que os problemas de circulação se devem à falta de capacidade de Moedas para encontrar soluções alternativas.
Doravante, a antiga ministra da Saúde promete “trabalho técnico e sério” onde quer estar “em contacto com a população” e fazer do PS alternativa em 2025.
Antes de Marta Temido discursar, foi a vez de Duarte Cordeiro, atual ministro do Ambiente e líder da Federação do PS de Lisboa, se desfazer em elogios à antiga ministra da Saúde.