A freira italiana Maria De Coppi foi assassinada na terça-feira à noite, dia 6, na sequência de um ataque à comunidade comboniana onde vivia, em Chipene, na província de Nampula, Moçambique. De acordo com o padre Loris Vignandel, que estava próximo e conseguiu escapar ileso, “os insurgentes queimaram a igreja, os dois lares, a casa dos padres e das irmãs, o centro de saúde, alguns armazéns”.
Além de Maria De Coppi, faziam parte da comunidade mais quatro irmãs (duas espanholas, uma italiana e outra do Togo) – duas estavam no local e conseguiram fugir. “No início, a irmã Eleonora agarrou nas meninas e fugiu com elas para o mato. A irmã Angeles também conseguiu escapar depois de a terem agarrado pelas costas. Infelizmente, um dos primeiros tiros atingiu a irmã Maria no rosto: não havia nada a fazer”, contou o padre Loris Vignandel que, durante o ataque, se refugiou numa sala, em silêncio, com outro sacerdote, o Lorenzo Barro.
O arcebispo de Nampula, D. Inacio Saure, admitiu que é “muito provável” que os autores do ataque sejam terroristas islâmicos, mas sublinhou não ter a certeza sobre a identidade dos mesmos.
Maria De Coppi era originária de Santa Lucia di Piave, no norte de Itália, e estava em África desde 1963. A paróquia onde a irmã comboniana estava em missão albergava centenas de pessoas que fugiam dos combates no norte do país. Nos últimos meses, e à semelhança do que se passa em Cabo Delgado, a província de Nampula tem sido procurada por grupos terroristas ligados ao Daesh que têm causado instabilidade no território.