A vencedora do Prémio Pessoa 2021, a cientista Elvira Fortunato, garante que não faltam mulheres na investigação científica. No entanto, lamenta, “não chegam a posições de topo”.
“Neste momento, se calhar, até temos mais mulheres do que homens. O problema é as mulheres não chegarem, mesmo na academia, a lugares de topo, como acontece nas empresas”, explica.
Em entrevista ao programa da Renascença “As Três da Manhã”, Elvira Fortunato admite que “a ciência está na moda” e revelou ainda sentir-se “duplamente contente” com a distinção que recebeu.
“É um prémio na área da ciência e, hoje em dia, vivemos num mundo em que a ciência é fundamental. Penso que o cidadão comum percebeu a importância que a ciência tem e a importância de investir em ciência. Em segundo lugar, o prémio foi atribuído na mesma semana em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher”, assinala.
Elvira Fortunato observa, ainda, que a ciência, tal como todos os outros setores da sociedade, também foi afetada pela pandemia, com os projetos a registarem “atrasos”, mas garante que as “agências financiadoras estão sensibilizadas” e que será possível pedir prolongamentos dos programas.
Questionada sobre o que vai fazer com o valor pecuniário do prémio (60 mil euros), a cientista diz não saber ao certo, mas já tem pelo menos um plano.
“Fazer uma festa muito grande com toda a equipa e a família”, avança, reconhecendo que lhe está a fazer falta o convívio.
Nestas declarações à Renascença, Elvira Fortunato considera que a descoberta do transístor de papel foi a inovação de que fez parte que teve “impacto maior não só na comunidade científica, mas também na sociedade em geral”.