A presidente da Confederação das Associações de Pais (CONFAP) alerta que pode estar em risco a realização das avaliações em ambiente digital.
Reagindo à ausência de interessados no concurso externo aberto pelo Ministério da Educação para a manutenção de milhares de computadores das escolas, Mariana Carvalho admite que o que mais a preocupa “não é, exclusivamente, o dia da avaliação”, em que, segundo diz, "é fácil colocar computadores nas escolas para os alunos realizarem essas avaliações”.
O problema “é um semestre inteiro sem computadores”, que, para a presidente da CONFAP, revela "falta de equidade e de organização no dia a dia das escolas”.
Avaliações em risco? “Exatamente”
Entrevistada pela Renascença, Mariana Carvalho admite que uma das soluções poderá ser o adiamento do calendário das provas, “só que essa é uma entre uma série de soluções que têm de ser avaliadas”, depois de concluído o levantamento das necessidades de manutenção dos equipamentos informáticos das escolas.
Nesta altura, a presidente da CONFAP reconhece que “a maioria das escolas” não está preparada para a realização das avaliações no modo digital.
Questionada diretamente sobre a possibilidade de não haver avaliações digitais em boa parte dos estabelecimentos de ensino, Mariana Carvalho é perentória: “Exatamente”.
Escolas reclamam técnicos de informática
Para resolver este problema, os diretores escolares reclamam a contratação, com caráter de urgência, de técnicos de informática para as escolas para que estas não fiquem dependentes da contratualização de serviços externos cujos concursos ficam sem resposta.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) fala de uma luta antiga: “nós temos pedido que cheguem às escolas técnicos de informática que procedessem, nas escolas, à manutenção dos computadores”.
O problema é que a falta de interessados no concurso aberto pelo Ministério da Educação resulta no facto de “essa reparação poder não acontecer nos próximos meses”.
“Era necessário que este problema fosse resolvido, até porque as provas de exame final e as provas de aferição estão aí à porta”, avisa o dirigente associativo que representa os diretores das escolas públicas.
De acordo com o Jornal de Notícias desta quinta-feira, o concurso lançado pelo Ministério da Educação para contratualizar serviços externos de reparação dos computadores das escolas acabou sem interessados.
Como solução temporárias, as escolas com mais computadores podem ser obrigadas a transferir equipamentos para as que têm equipamentos em falta.
Os diretores têm até esta sexta-feira para concluir o levantamento do material informático.