As diligências do processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira prosseguem, esta sexta-feira, no Campus da Justiça, em Lisboa, antes de serem conhecidas as medidas de coação dos três detidos, nomeadamente o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado.
Depois da conclusão do interrogatório aos três detidos, na quinta-feira, hoje deverão ser conhecidas as medidas de coação pretendidas pelo Ministério Público, seguindo-se depois as alegações dos advogados do ex-autarca do Funchal, de Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e de Custódio Correia, o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia.
Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia estão detidos há mais de duas semanas, tendo na quinta-feira o juiz de instrução criminal recusado um requerimento apresentado pelas defesas para a libertação imediata dos três arguidos, alegando falta de fundamento legal.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou, em 24 de janeiro, cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado (PSD), que renunciou ao mandato, Avelino Farinha e Custódio Correia.
A operação também atingiu o ex-presidente do Governo Regional da Madeira Miguel Albuquerque (PSD), que foi constituído arguido e renunciou ao cargo, o que foi formalmente aceite pelo representante da República na segunda-feira e publicado em Diário da República no mesmo dia.