A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) entregou, esta segunda-feira, uma moção no parlamento madeirense, na qual defende o aumento dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores na sequência do aumento do custo de vida.
Numa manifestação até à Assembleia Legislativa da Madeira, que reuniu mais de 50 pessoas e contou com a presença da secretária-geral da CTGP, Isabel Camarinha, o coordenador da USAM afirmou que, após dois anos de pandemia, "aquilo que se oferece hoje aos trabalhadores é mais precariedade" e perda de salários. .
"E isso nós não vamos deixar que aconteça. [...] Vamos continuar a lutar pela contratação coletiva, por melhores salários, por melhor emprego, pelas 35 horas, pela regulação do trabalho", assumiu Alexandre Fernandes.
"Temos sido esquecidos. O Governo Regional pura e simplesmente ignora a nossa presença, ignora a nossa existência. Mas nós não baixamos os braços", reforçou o dirigente.
Na moção entregue na Assembleia Legislativa da Madeira, aprovada por unanimidade pelos presentes na iniciativa, é exigido "o aumento geral dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores", um "emprego seguro e com direitos", as 35 horas de trabalho, "a fixação dos 850 euros a curto prazo para o Salário Mínimo Nacional", entre outras reivindicações.
A secretária-geral da CTGP considerou, por seu turno, que o "aumento geral dos salários de todos os trabalhadores é uma condição fundamental para o desenvolvimento do país".
"Ao contrário do que tentam fazer apregoar de que, agora com a guerra e as sanções, depois da pandemia, com o aumento do custo de vida, que o aumento dos salários seria aumentar uma espiral inflacionista, nada mais falso", apontou.
Isabel Camarinha criticou também que o Governo anuncie medidas que nunca são "para agora", como os "20% de aumento dos salários até 2026".
"Mas nós precisamos do aumento dos salários é agora. É agora que os trabalhadores estão a empobrecer", frisou, acrescentando que se registam paralelamente aumentos nos "lucros dos grandes grupos económicos".
A secretária-geral da CGTP defendeu ainda que a reivindicação de aumento dos salários em 90 euros por trabalhador "é possível e necessária" face ao "brutal aumento do custo de vida que se acentuou com a guerra" na Ucrânia.