Os serviços municipais de recolha de lixo foram os primeiros a ser afetados pela greve nacional da administração pública marcada para sexta-feira, disse esta quinta-feira o coordenador da Frente Comum de Sindicatos nos Estaleiros Municipais da Amadora.
Dezenas de trabalhadores concentraram-se naquelas instalações, em Moinhos da Funcheira, para assinalar o arranque da greve, e “já há perturbações a serem registadas”, disse Sebastião Santana.
“Aqui nos Estaleiros da Amadora ainda nenhum carro saiu para a recolha de lixo e a indicação que temos é que nenhum deverá sair. Até ao momento, ainda ninguém entrou para trabalhar, o que é demonstrativo do descontentamento dos trabalhadores”, comentou o coordenador da Frente Comum.
A greve foi convocada para dia 18, a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê aumentos salariais de um mínimo de cerca de 52 euros ou de 2% para a administração pública no próximo ano.
A Frente Comum de Sindicatos exige aumentos salariais de “10% ou um mínimo de 100 euros” para a administração pública no próximo ano e acredita que ainda há tempo para negociar com o Governo, apesar da votação do OE2023 acontecer já na próxima semana.
“Só não haverá tempo se o Governo assim não o entender. Se quiser, haverá tempo e espaço para negociar e está nas suas mãos resolver este problema”, assumiu Sebastião Santana.
Educação, saúde, transportes e serviços municipais ameaçam parar
Na sexta-feira, a paralisação vai afetar serviços da educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias.
No setor da saúde, prossegue a greve dos enfermeiros que se prolonga até à próxima quarta-feira; também os médicos estarão em greve esta sexta-feira. No pré-aviso de greve, a FNAM reclama melhores condições de trabalho no SNS, a progressão nas carreiras e aumentos salariais.
Ainda na saúde, os técnicos de diagnóstico e terapêutica anunciaram a realização de concentrações e uma greve, também para esta sexta-feira.
Nos transportes, poderá haver fortes constrangimentos na circulação de comboios: a Infraestruturas de Portugal alerta para eventuais perturbações entre esta sexta-feira e o dia 29 de novembro, devido à greve marcada na empresa por várias organizações sindicais.
Também os trabalhadores da Metro Transportes do Sul (MTS) vão estar em greve até sábado. Exigem a abertura de negociações, aumentos salariais e progressão na carreira.