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A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros apoia uma investigação aos donativos da campanha de 'crowdfuding' que servem para apoiar financeiramente os enfermeiros em greve. Questionada sobre a intenção da ASAE de investigar a origem dos donativos, Lúcia Leite diz que a associação é "a maior interessada" em esclarecer o assunto.
"Tenho todo o interesse em que haja efetivamente uma investigação e que se demonstre que não houve utilização indevida desta plataforma, porque foi isso que até ao momento me fizeram chegar", diz a dirigente da Associação Sindical de Enfermeiros à Renascença.
A Renascença apurou que os promotores da recolha destes fundos estão a pedir às pessoas que contribuíram que se identifiquem.
Num e-mail enviado a todos os que contribuíram para ao financiamento da greve, e a que a que a Renascença teve acesso, um dos enfermeiros promotores da iniciativa pede a todos os que contribuíram para "deixar de ser anónimo" e, com isso, provar que quem contribuiu para o financiamento da greve não eram "apoiantes anónimos que apenas querem destruir o SNS".
Se enfermeiros cumprirem horários, "há serviços que não conseguem continuar a funcionar"
Na sexta-feira entrou em vigor a requisição civil decretada pelo Governo em quatro centros hospitalares onde não foram cumpridos os serviços mínimos. Lúcia Leite diz que o sindicato vai definir "quais são as salas de serviços mínimos que devem funcionar em cada instituição que tem decretada a requisição civil. Caso as administrações entendam que têm que ter salas 'self-service' de serviços mínimos, ou seja, hoje precisam de cinco, amanhã precisam de seis, terão que requisitar os enfermeiros para as salas a mais do que o sindicato decidiu".
"Acho que está na altura de deixar claro como é que as instituições estão a funcionar. Se o boicote à greve existe é preciso torná-lo factual", acrescenta.
A greve cirúrgica dos enfermeiros decorre ainda noutros hospitais, até final do mês, mas estão a ser preparadas outras formas de luta.
Lúcia Leite adianta que a Associação Sindical está a apelar aos enfermeiros que cumpram apenas as horas que têm contratadas e horas extraordinárias que derivem de situações imprevistas, ou seja, que não assegurem "as horas que neste momento estão nos horários por falta de recursos humanos permanente".
Se os enfermeiros aderirem a este apelo, diz Lúcia Leite, "há serviços no país que não conseguem continuar a funcionar".
Segundo o ministério da Saúde, desde 31 de janeiro já foram adiadas 1.600 cirurgias.