A oposição síria acusa as forças do Governo de terem realizado um ataque com armas químicas, matando 1.300 pessoas em Damasco. A confirmar-se, este será o maior caso já denunciado de uso de armas químicas durante a guerra civil no país, que já dura há dois anos.
Segundo a agência Reuters, imagens, incluindo algumas captadas pelos fotógrafos, mostram muitos corpos numa unidade clínica, dispostos no chão, sem sinais de ferimentos - um cenário que reforça a tese de ataque químico.
George Sabra, um dos principais opositores do regime do presidente Bashar al-Assad, avançou que o ataque nos subúrbios de Damasco pode ter provocado a morte de 1.300 pessoas.
A televisão estatal síria, controlada pelo regime, nega que tenham sido usados gases tóxicos e garante que as acusações têm como objectivo distrair uma equipa das Nações Unidas, especialista em armas químicas, que chegou ao país há três dias.
A enfermeira Bayan Baker, que trabalha em Douma, nos arredores de Damasco, ouvida pela Reuters, fala em centenas de mortos. “Muitas das vítimas são mulheres e crianças. Chegaram [à unidade de saúde] com as pupilas dilatadas, membros frios e espuma na boca. Os médicos dizem que isto são sintomas típicos de um ataque com gás nervoso”, descreveu.
A ONU está a investigar a utilização de armas químicas na guerra síria. Tanto rebeldes como o regime acusam a outra parte de as utilizar.
Em dois anos de guerra civil, são quase dois milhões os refugiados sírios espalhados pelos países vizinhos. Os confrontos, iniciados em Março de 2011, já fizeram mais de 100 mil mortos.