O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) concorda com o Sindicato Nacional dos Polícias (SINAPOL), e defende que o Presidente da República deve reconhecer que a situação das forças de segurança não é a melhor.
À Renascença, Bacelar Gouveia refere que "o Presidente da República, que é tão interventivo em tantas coisas, já devia ter dito alguma coisa, sobretudo neste momento que estamos a atravessar, um certo vazio político e governativo. Mais do que nunca o chefe de Estado tem de dizer alguma coisa e penso que deve dizer que a situação não está bem".
O constitucionalista garante que "tem acompanhado com preocupação estes protestos, mas mais do que isso, toda a evolução que tem acontecido no que respeita às carreiras policiais, e não é de hoje que tem havido uma degradação progressiva das condições de trabalho".
Bacelar Gouveia diz que "o suplemento que agora foi decidido para a Polícia Judiciária (PJ) foi a gota que fez transbordar o copo de um conjunto acumulado de dificuldades, de reivindicações e de problemas por resolver".
O presidente do OSCOT acredita que a segurança dos cidadãos não estará em causa "ou, sequer, que estes protestos possam ser interpretados como uma desorganização geral".
Greves da PSP. "Não é nenhum dogma, é um assunto que se deve discutir"
Bacelar Gouveia defende, tal como o SINAPOL, a necessidade de ser discutido o direito à greve por parte dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP). "Não é nenhum dogma, porque na verdade há outros países, até mais evoluídos do que nós, em que de facto os polícias têm direito à greve".
O constitucionalista reconhece "que o assunto é complexo, que não se pode discutir agora, mas é preciso começar a discutir".