Presidente do OSCOT. Marcelo "tem de dizer alguma coisa" sobre polícias
18-01-2024 - 15:10
 • Ana Fernandes Silva

Presidente do Observatório de Segurança, Bacelar Gouveia, defende que o suplemento atribuído à PJ foi a gota de água "que fez transbordar o copo" e que é preciso debater o direito à greve dos agentes da PSP.

O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) concorda com o Sindicato Nacional dos Polícias (SINAPOL), e defende que o Presidente da República deve reconhecer que a situação das forças de segurança não é a melhor.

À Renascença, Bacelar Gouveia refere que "o Presidente da República, que é tão interventivo em tantas coisas, já devia ter dito alguma coisa, sobretudo neste momento que estamos a atravessar, um certo vazio político e governativo. Mais do que nunca o chefe de Estado tem de dizer alguma coisa e penso que deve dizer que a situação não está bem".

O constitucionalista garante que "tem acompanhado com preocupação estes protestos, mas mais do que isso, toda a evolução que tem acontecido no que respeita às carreiras policiais, e não é de hoje que tem havido uma degradação progressiva das condições de trabalho".

Bacelar Gouveia diz que "o suplemento que agora foi decidido para a Polícia Judiciária (PJ) foi a gota que fez transbordar o copo de um conjunto acumulado de dificuldades, de reivindicações e de problemas por resolver".

O presidente do OSCOT acredita que a segurança dos cidadãos não estará em causa "ou, sequer, que estes protestos possam ser interpretados como uma desorganização geral".

Greves da PSP. "Não é nenhum dogma, é um assunto que se deve discutir"

Bacelar Gouveia defende, tal como o SINAPOL, a necessidade de ser discutido o direito à greve por parte dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP). "Não é nenhum dogma, porque na verdade há outros países, até mais evoluídos do que nós, em que de facto os polícias têm direito à greve".

O constitucionalista reconhece "que o assunto é complexo, que não se pode discutir agora, mas é preciso começar a discutir".