O Papa agradeceu este domingo à guarda do Vaticano pela sua honestidade e por não cair em tentação.
“A vossa tarefa é evitar que se façam coisas más, como as que fazem os exploradores e os corruptos. A vossa tarefa é defender a honestidade, uma tarefa que tantas vezes é mal paga”, começou por dizer na homilia da missa a que presidiu.
“Eu agradeço -vos o trabalho que fazem. Sei que muitas vezes têm de lutar contra a tentação de muitos que vos querem comprar. Fico orgulhoso em saber que o vosso estilo é dizer ‘não’, que não alinham nisso”, acrescentou.
Francisco aproveitou a ocasião para denunciar a “corrupção” generalizada na sociedade e a exploração laboral que “esmaga” os pobres”.
“Faz-me impressão ver como a corrupção se espalhou por todo o lado”, admitiu, considerando que há três “tipos de pessoas”: “o explorador, o fraudulento e o homem fiel”.
Francisco criticou os “fraudulentos, corruptos” que “ainda hoje” têm a riqueza como “um ídolo” e alertou para os “subornos” e os “acordos que se fazem às escondidas”, numa obsessão pelo dinheiro de quem não se importa de “esmagar os pobres”.
O Papa criticou de seguida os “grandes negócios do trabalho escravo”, afirmando que, “hoje, no mundo, o trabalho escravo é um estilo de gestão”, levada a cabo por aqueles que têm o dinheiro como “única divindade” e agem através “da fraude e da exploração”.
Francisco pediu que a “astúcia” dos cristãos seja diferente, marcada pela “honestidade” e a “simplicidade”, porque só o homem fiel “pode andar de cabeça levantada”.
Durante a missa, o Papa rezou ainda pelas vítimas do terramoto que em Agosto atingiu a região central da Itália, e onde a “Gendarmaria” do Vaticano marcou presença nas operações de socorro.
A Gendarmaria do Vaticano tem como comandante Domenico Giani e é o primeiro corpo dos serviços de segurança e protecção civil do governo do Estado da Cidade do Vaticano.