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As sete seleções europeias que pretendiam utilizar durante o Mundial 2022, no Qatar, uma braçadeira de capitão inclusiva, contra a discriminação existente no país anfitrião, renunciaram, esta segunda-feira, ao seu uso, face à ameaça de processo disciplinares por parte da FIFA.
"A FIFA foi muito clara, irá impor sanções desportivas se os capitães usarem as braçadeiras em campo. Como federações nacionais, não podemos pedir aos nossos jogadores que arrisquem sanções desportivas, incluindo cartões amarelos", indicaram as sete federações, num comunicado conjunto.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar "frustrados" com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.
Inicialmente integrada na iniciativa "One Love" (Um Amor), a França já tinha anunciado, através do seu capitão, o guarda-redes Hugo Lloris, que não iria usar a braçadeira.
"Estávamos dispostos a pagar multas, no caso de incumprimento nas regras dos equipamentos, estávamos empenhados no uso desta braçadeira, mas não podemos colocar os nossos jogadores num cenário em que possam ser advertidos ou mesmo expulsos", referem ainda as sete federações.
Desde que foi escolhido para organizar o Mundial 2022, que se iniciou no domingo e decorrerá até 18 de dezembro, o Qatar tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQ+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.
Perante este contexto, algumas federações uniram-se em setembro na vontade de se expressarem com a iniciativa "One Love", defensora de igualdade, em que eram apologistas do uso simbólico de uma braçadeira com a inscrição e as cores do arco-íris.
A FIFA, que se manteve silenciosa em relação ao assunto, optou no sábado por apresentar as suas próprias braçadeiras para os capitães, com mensagens mais generalistas, como "Salve o planeta", "Educação para todos" ou "Não à discriminação".
Já esta segunda-feira, o órgão máximo do futebol comunicou que os capitães usariam a mensagem "não à discriminação", a partir dos quartos de final da competição.