Forças policiais venezuelanas tentaram impedir, esta terça-feira, a entrada de Guaidó nas instalações da Assembleia Nacional, mas o autoproclamado presidente interino conseguiu forçar as portas, em conjunto, com os 99 deputados que o apoiam.
Os opositores ao regime de Maduro estiveram retidos por um forte dispositivo de polícia militar durante quase uma hora, mas acabaram por ser bem-sucedidos.
Uma vez no interior do parlamento, Juan Guaidó subiu à mesa da Assembleia e entoou o hino nacional.
Guaidó e os deputados opositores dirigiram-se ao parlamento quando Luis Parra - eleito irregularmente no domingo para presidir à Assembleia Nacional (AN) - presidia a uma sessão parlamentar, mas quando conseguiram entrar, o novo presidente já não se encontrava no hemiciclo.
A eletricidade foi, entretanto, cortada no interior do edifício após a entrada de Guaidó, impossibilitando a continuação da sessão.
Antes de conseguir forçar a entrada na Assembleia Nacional, o principal opositor de Maduro esteve na rua, com vários populares que o apoiam, tendo afirmado que "não são os militares que decidem quem é deputado, mas o povo da Venezuela".
Juan Guaidó é presidente da Assembleia Nacional há um ano e tem usado o cargo para pedir o apoio da comunidade internacional à convocação de eleições presidenciais, como forma de afastar o Presidente Nicolas Maduro, no poder desde 2013.
No domingo, Guaidó deveria ter sido reeleito, mas as forças de segurança, leais ao regime, impediram que entrasse no parlamento, assim como os seus apoiantes.
Luis Parra, um antigo aliado de Guaidó que se afastou depois de ser acusado de corrupção, foi eleito presidente da AN com o voto de 81 deputados leais a Maduro.
A oposição já afirmou não reconhecer este ato e por isso, impedidos de entrar no parlamento, os 100 deputados reuniram-se na redação de um jornal e reelegeram Juan Guaidó.
A Venezuela vive um impasse político há vários meses, depois de Guaidó se ter proclamado presidente interino do país. Apesar de vários países o terem reconhecido como tal, as forças militares continuam a apoiar Maduro.
Em simultâneo, a crise económica agrava-se, com uma inflação inédita. Vários testemunhos indicam que há efetivamente "crianças a passar fome e doentes a morrer por falta de medicamentos".