Os professores não prescindem dos mais de nove anos de tempo de serviço que esteve congelado. A posição é reafirmada a poucas horas do retomar de negociações no Ministério da Educação, mas o líder da FNE diz que os sindicatos admitem dar mais tempo para a reposição da carreira docente.
"Da nossa parte existe uma primeira proposta que vai no sentido de que esta recuperação possa ser feita até 2023, mas estamos disponíveis para eventualmente alargar um pouco mais este período de faseamento", reconhece João Dias da Silva.
"É fundamental que da parte do ministério haja hoje disponibilidade para se retomar um processo que se possa resolver o que falta. Pois a lei do Orçamento do Estado já determina que o tempo todo que esteve congelado deve ser recuperado para todas as carreiras", lembra João Dias da Silva.
Na Manhã da Renascença, o líder da FNE ameaça com greves para o início do próximo o ano letivo, caso o Governo não mude de posição. "Certamente que não haverá um arranque normal, pois os professores não deixarão de exigir aquilo a que têm direito. Se for necessário, desde o primeiro dia de actividades, estaremos na rua ou em greves para tornar anormal aquilo que deveria ser normal."
Para
o mesmo responsável é fundamental que se trabalhe sobre contas certas. Da parte
do Governo ainda não houve a apresentação de "contas concretas e sustentadas
sobre qual é o impacto real nos diferentes cenários".
Mas a poucas horas de serem retomadas as negociações no Ministério da Educação com a plataforma de dez sindicatos fica o aviso do Ministro das Finanças. Mário Centeno disse ontem aos deputados que a consolidação orçamental não pode ser posta em causa por medidas que não estavam no programa de Governo, solicitando o contributo de todos para que as contas do Estado não derrapem.