“Facebook, Youtube, TikTok são tudo plataformas inseguras”. A opinião é de Roger McNamee, especialista de investimento em empresas tecnológicas que esta quarta-feira de manhã subiu ao palco da Web Summit.
Roger McNamee revelou que “tira o chapéu” a Frances Haugen, denunciante sobre más práticas no Facebook, uma das principais oradoras na cerimónia de abertura da edição deste ano da Web Summit.
Questionado sobre se tanta polémica em torno do Facebook vai afetar o negócio, Roger McNamee não se mostrou muito convencido que vá efetivamente prejudicar, lamentando que tal possa não acontecer. “Se o negócio do Facebook não for afetado, a democracia e a nossa capacidade de fazer as nossas escolhas pode nunca recuperar”.
Roger McNamee revelou ainda que deixou de ser conselheiro do fundador do Facebook quando ele estabeleceu como meta chegar a mil milhões de pessoas no mundo. McNamee diz que lhe explicou que isso significaria alcançar “uma em cada sete pessoas no mundo, vais ser obrigado a fazer negócios com ditadores ou parceiros com quem não devias querer estar envolvido”.
Este especialista considera ainda que o setor das tecnológicas precisa urgentemente de regulamentação, como existe para outros setores. “Deviam ser definidas um conjunto de regras que todas as empresas do setor teriam de cumprir”, diz, dando prioridade à segurança e privacidade.
McNamee falou “capitalismo de vigilância”, referindo-se à prática de reunir dados das pessoas e dos consumidores, uma prática que considerou ser tão pouco ética como a escravatura infantil e que devia ser banida.