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A Associação dos Médicos de Saúde Pública alerta que “maio pode ser um mês de retrocesso” no combate à pandemia de Covid-19 se não houver cuidados e voltarem todos para a rua ao mesmo tempo, sem precauções.
Numa altura em que se perspetiva o regresso gradual à atividade económica – com um consequente aumento de circulação de pessoas – Gustavo Tato Borges alerta para os perigos de um rápido regresso à normalidade.
“Em finais de março, e no mês de abril, tivemos medidas drásticas e uma redução grande na mobilidade da população e estamos a ver os números a estabilizar e, possivelmente agora, iremos começar a assistir a alguma redução. Se em maio abrirmos de uma forma rápida demais a circulação, a economia e a liberdade das pessoas, podemos vir a assistir àquilo a que muita gente tem chamado ‘a segunda onda’. Voltar a ter transmissão disseminada na comunidade, de uma forma não controlada”, diz o vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.
Em declarações à Renascença, Gustavo Tato Borges lembra que o regresso à convivência social e económica terá de se fazer com redobrada responsabilidade.
“A utilização das máscaras por toda a gente em espaços comuns é fundamental" e manter a "diminuição de mobilidade: as pessoas têm de sair só para aquilo que é estritamente necessário; a reabertura de celebrações religiosas terá de ser com um número controlado. E cada vez menos as pessoas correrem riscos, mesmo estando numa situação controlada. A partir do momento que as pessoas começam a relaxar e a assumir comportamentos de risco, então vamos voltar a assistir a um aumento do número de casos”, acrescenta.
O vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública reafirma conselhos: “redução da lotação, aumento da frequência de transportes públicos, a questão da desinfeção. São tudo coisas que têm de entrar no nosso dia-a-dia normal até termos a doença completamente controlada ou até haver uma vacina”.
Gustavo Tato Borges diz não ver razões para que seja renovado o estado de emergência para lá do dia 2 de maio.
“O estado de emergência é uma situação dramática, extrema, e, portanto, pode acabar. O que tem de voltar a existir são regras de funcionamento e reabertura de diversos espaços, que sejam adequados à reabertura da economia, mas também que estejam consagrados com aquilo que são todas as recomendações da DGS. Poderá é ser precipitado abrir de uma forma imediata a convivência económica e social entre todos nós”, referiu.