O primeiro-ministro, António Costa, esteve hoje reunido com o homólogo britânico Boris Johnson, em Londres. No final, anunciou "acordo chapéu" pós-Brexit entre Portugal e o Reino Unido.
O entendimento abrange várias áreas, como defesa, segurança, a investigação, a educação, investimento, comércio, tecnologias, energias renováveis, transição digital, entre outros.
A proteção dos portugueses residentes no Reino Unido e dos britânicos em Portugal foi outro dos entendimentos destacados por António Costa, em declarações aos jornalistas, no final do encontro com Boris Johnson, em Downing Street.
"Assinámos esta declaração conjunta que é fundamental para, depois do Brexit, relançarmos a mais antiga aliança mundial", declarou António Costa, que retomou esta segunda-feira a agenda oficial após recuperar de doença.
O primeiro-ministro considera que este é talvez o acordo mais abrangente assinado até agora entre o Reino Unido e países da União Europeia.
Questionado sobre se o acordo bilateral vai, por exemplo, facilitar a obtenção de vistos para investigadores portugueses que queiram ir para o Reino Unido, António Costa responde que há várias matérias que são negociadas entre Londres e a Comissão Europeia.
"Este é um acordo chapéu, que organiza as relações bilaterais entre Portugal e o Reino Unido. As outras matérias que são objeto da relação entre o Reino Unido e a União Europeia, nós atribuímos mandato à Comissão Europeia para negociar diretamente, todo o apoio a essa negociação, mas não é possível ultrapassar a negociação que não é fácil entre o Reino Unido e a UE. Bilateralmente, identificámos as áreas que devem ser estratégicas para o desenvolvimento", sublinhou o primeiro-ministro, destacando a área dos oceanos, por exemplo.
António Costa adiantou que, apesar da agenda apertada, Boris Johnson poderá deslocar-se a Lisboa para participar na Cimeira dos Oceanos das Nações Unidas.
“Há uma hipótese muito séria de Boris Johnson poder ir à Conferência dos Oceanos das Nações Unidas [entre 27 de junho e 1 de julho], em Lisboa, embora calhe entre a reunião do G7 e a Cimeira da NATO”, em Madrid, declarou o primeiro-ministro português.
O chefe do Governo foi também questionado sobre os problemas nos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde.
António Costa começou por referir que, por regra, não fala de temas nacionais no estrangeiro, "mesmo quando são problemas graves”, mas adiantou que o Governo está a trabalhar para encontrar soluções.
A ministra da Saúde reúne-se esta segunda-feira, de emergência, com as administrações regionais de saúde e a Ordem dos Médicos. Marta Temido tenta encontrar soluções para os problemas que levaram ao encerramento de várias urgências, sobretudo de obstetrícia, um pouco por todo o país.