Alexandr Dolgopolov, antigo tenista ucraniano, atacou os responsáveis pelo ténis mundial por não boicotarem a participação dos atletas russos, na sequência da guerra na Ucrânia.
“Falta-lhes coragem, acima de tudo eles não querem assumir as eventuais consequências”, disse o ucraniano, que regressou a Kiev para defender o seu país, numa entrevista à rádio francesa RTL.
O antigo 13.º classificado do "ranking" ATP, que trocou as raquetes pelas armas, condena que as posições não passem de palavras. "Não é suficiente dizer: 'Estamos contra a guerra'", disse.
Alexandr Dolgopolov defende que a Rússia seja suspensa “de tudo o que é organizado pelo mundo livre”, posição que foi tomada noutras organizações desportivas, como a UEFA, que suspendeu a participação de equipas russas nas competições europeias.
De Roland Garros para a guerra
Agora na guerra, Dolgopolov arrepende-se de não ter aprendido a disparar. “Tentei disparar uma vez, claramente não é o meu forte, mas agora estou arrependido”, contou. Ainda assim, acrescentou: “Não sou um atirador, mas sei disparar sobre alguém."
Na mesma entrevista, Dolgopolov traçou uma comparação entre a vida na guerra e o passado de tenista.
"Preocupar-me com o Roland Garros, nos dias de hoje, é uma piada. Não é mais importante que a vida de milhares de pessoas", confidenciou o ucraniano, que venceu três títulos ATP em toda a carreira.