Não é preciso inventar. Os problemas de falta de médicos e outros profissionais de saúde resolvem-se se forem uma prioridade política, em vez de ser o défice, defende o líder do grupo parlamentar do Partido Comunista.
João Oliveira deu o exemplo do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, que visitou esta quinta-feira, no âmbito das jornadas parlamentares do partido.
“O quadro de pessoal do hospital é de cerca 975 pessoas, quando há necessidade de 1.200: uma manifesta desadequação do quadro de pessoal, ainda por cima numa região onde as dificuldades de mobilidade da população são enormes, onde as pessoas não têm condições para se deslocar e precisam de resposta pública do Serviço Nacional de Saúde”, afirma o líder da bancada comunista.
“Isto é uma realidade preocupante e dramática. Não é preciso inventar as soluções, porque as soluções estão bem à vista. O que é preciso é que o Governo tome medidas e faça opções de resolução dos problemas do SNS e pondo essas soluções como prioridade e não as metas do défice ou os constrangimentos da União Europeia nomeadamente quanto à contratação de Portugal”, sublinha João Oliveira.
A diretora clínica do Hospital do Litoral Alentejano, Alda Pinto, fez um retrato dramático da realidade desta unidade de saúde.
“Neste momento, a nossa maioria dificuldade tem a ver com os recursos humanos, em todas as categorias profissionais dos serviços de saúde, não só de médicos. Nos últimos anos temos tido um crescimento muito grande da nossa unidade local de saúde, com algumas valências que nós não tínhamos, como a psiquiatria e a neurologia. Para irmos ao encontro da população, conseguimos descentralizar uma série de consultas que são do âmbito hospitalar”, explica Alda Pinto.
Problemas que os deputados do PCP registaram e ouviram, esta quinta-feira, numa visita ao Hospital do Litoral Alentejano e que prometem não deixar cair.