A presidente da Área Metropolitana de Lisboa avança que a operação rodoviária da Carris Metropolitana nos concelhos de Setúbal, Alcochete, Moita, Montijo e Palmela "está a estabilizar", após um arranque marcado por muitas queixas dos utentes.
Os novos autocarros amarelos começaram a operar em 1 de junho nestes cinco concelhos da denominada Margem Sul (que neste âmbito compõem a área 4), num primeiro passo para uniformizar os transportes rodoviários de passageiros nos 18 municípios Área Metropolitana de Lisboa (AML).
No entanto, durante as primeiras semanas de operação no distrito de Setúbal foram reportadas várias queixas de passageiros, nomeadamente insuficiência de autocarros, atrasos e falta de sinalização nas paragens. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Outros Trabalhadores, houve também problemas operacionais, com profissionais sem indicações sobre os trajetos a realizar.
Carla Tavares, também presidente da Câmara da Amadora, referiu que não só "a área 4 está a estabilizar" como a área 3, que compreende Almada, Seixal e Setúbal, começa hoje, "à partida, também mais estabilizada".
Segundo Fernando Fidalgo, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), os principais problemas foram superados, não existindo atualmente registo de anomalias, com a operadora Alsa Todi a entrar no funcionamento normal.
Já quanto à entrada em funcionamento do serviço nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, o sindicalista refere que não são expectáveis problemas e que o operador responsável, a TST, está preparado.
De acordo com um comunicado divulgado há uma semana pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), o início do serviço nestes três municípios (os três concelhos do distrito de Setúbal e pertencentes à AML onde faltava ainda operacionalizar a Carris Metropolitana) implica "mais frequências, horários, linhas novas e uma frota de autocarros renovada".
"Neste período de verão, entrarão em funcionamento 111 linhas, que, face às 88 atualmente existentes, representam um aumento de veículos e quilómetro oferecidos de 21% [dias úteis], 29% [sábados] e 16% [domingos]", indicou entretanto a AML em comunicado, na quinta-feira, acrescentando que "o serviço será operado por 339 viaturas, das quais 236 são novas".
Ainda segundo a AML, também hoje aumenta o serviço rodoviário na área geográfica dos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal e Barreiro, "uma vez que o serviço que está a ser prestado é superior ao que era praticado antes de 01 de junho", embora "ainda inferior ao definido contratualmente pela Carris Metropolitana".
O início da operação da Carris Metropolitana nos concelhos da margem norte do Tejo, no distrito de Lisboa (áreas 1 e 2), foi adiado para 01 de janeiro de 2023, por não estarem "garantidas as condições consideradas essenciais".
Carla Tavares explicou que os municípios abrangidos por essas áreas "entenderam que fazia todo o sentido adiar a entrada em funcionamento" para que "estivessem asseguradas todas as condições para que a operação decorresse com a maior normalidade e tranquilidade possível".
A Carris Metropolitana é a marca comum sob a qual vão funcionar operações de transporte público rodoviário na AML, gerindo as redes municipais de 15 dos 18 municípios (Barreiro, Cascais e Lisboa mantêm as operações locais) e a totalidade da operação intermunicipal dos 18 concelhos.
A área 1 inclui Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra; a área 2 Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira; a área 3 Almada, Seixal e Sesimbra; e a área 4 Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.