Cerca de 23 mil pessoas saíram nesta quarta-feira à rua na cidade de Atenas, para manifestarem a sua indignação contra a alegada falta de segurança no transporte ferroviário e exigirem justiça no apuramento de responsabilidades da morte de dezenas de pessoas no passado dia 1 de março.
Na madrugada do primeiro dia do mês, um comboio de passageiros e um de carga colidiram frontalmente, perto de Tempe, a cerca de 380 quilómetros a norte da capital grega, Atenas.
Do acidente resultou a morte de 57 pessoas, sobretudo jovens estudantes, e mais de 85 feridos, num acidente que terá sido causado por erro humano do chefe da estação, entretanto detido.
As manifestações tiveram início por volta das 12h00 locais (10h00 em Lisboa) no centro de Atenas e nas principais cidades do país, dando sequência a vários dias de greve convocadas pelo sindicato dos funcionários públicos.
As manifestações desta quarta-feira têm a adesão dos trabalhadores do setor privado, o que leva a que todos os serviços ligados aos transportes, ensino e saúde estejam parados, numa onda de indignação que está a paralisar o país.
No passado fim de semana já milhares de pessoas tinham saído às ruas das grandes cidades para protestar contra o Governo, liderado por Kyriakos Mitsotakis, acusando-o de negligência por não ter criado medidas de segurança na linha ferroviária que pudessem ter evitado a tragédia.
Também o Sindicato dos funcionários públicos exige "que acabem as políticas de privatizações" no setor ferroviário e "que sejam apuradas as verdadeiras responsabilidades pelo crime homicida".