O antigo director-geral da Saúde Francisco George disse esta quarta-feira à Renascença que a lei dever ser alterada para permitir o internamento obrigatório de doentes por motivos da saúde pública. Para George, a atual situação de epidemia provocada pelo coronavírus vem demonstrar a necessidade de evitar que um doente infetado possa recusar ser internado.
Já a atual diretora-geral, Graça Freitas, é bem mais cautelosa na abordagem ao tema. E explica que o internamento compulsivo se destina somente a doentes.
“O internamento compulsivo é para doentes, não é para pessoas saudáveis que estão em período de incubação e que não têm sintomas” , começa por alertar. E prossegue, lembrando: “Os doentes costumam procurar cuidados. Portanto, dificilmente um doente não só não procura cuidados como anda a contagiar os outros”.
Graça Freitas esclarece ainda o tipo de abordagem a eventuais contaminados com o coronavírus. “Os que não estão doentes e podem estar a contagiar, ficam em confinamento. Mas é um confinamento que é negociado com as pessoas. E são-lhes dadas as condições para esses confinamento”, lembra.
A diretora-geral da Saúde assegura, por outro lado, que a DGS está atenta a todas as formas possíveis de contaminação do Vírus oriundo da China.